O inteiro em metades

Há anos me deparo com pessoas vivendo sob o domínio do medo procurando respostas para atos passados querendo com isso reformular o futuro - nada mais ridículo que estudar o comportamento humano face às loucuras que este comete em seu cerimonial suicida de viver sem razão.

Explicar que a união de metades forma um inteiro, só mesmo seguindo princípios de um coração e como este é enganoso, a felicidade obtida é passageira e não passa de puro êxtase aos olhos da realidade. Afinal, se pensamos que somos completos, temos livre arbítrio sobre nossa vida mas a historia não se faz de contos de fada diários onde encontros e desencontros acontecem e sim de realidades.

Um povo que precisa de heróis como referencial é adequado a ser eterna massa de manobra e não cabe a ele destino algum a não ser curtir a solidão de um feixe de madeira se tornando cinzas nas madrugadas frias e cinzentas, porem não deixa de ser romântico ver o par de andarilhos orbitando o mesmo cobertor fingindo um inteiro em metades ocas.

Manoel Claudio = 21/09/07 - 18:19h

São Paulo/SP