ENTRE NÓS ESTÁ E NÓS O DESPREZAMOS

Estamos as vésperas da Páscoa e assim como o natal a data assume um ar festivo, comemorações, almoços em família, festas. Encerra-se assim o ciclo das grandes festas que teve início no natal. E como no natal o principal dono da festa fica do lado de fora. Nós simplesmente o desprezamos. O Rei que nasceu pobre em uma manjedoura cercado de pastores morre pobre, coroado de espinhos numa cruz, cercado de ladrões. Essa é a páscoa o momento sagrado da entrega da vida pela ressurreição. E nós o desprezamos. Esquecemos que ele está nas ruas com fome enquanto em nossa mesa ha comida farta e com sobra, esquecemos que ele está nas calçadas com sede e frio, que está nos hospitais doente a espera de visita, ou nas cadeias esperando que alguém o console. Esquecemos que ele está sem educação, sem segurança, sem moradia, sem ter garantidos os seus direitos fundamentais e essenciais. Vamos com pressa as celebrações as vezes pomposas e o desprezamos quando o encontramos na rua. Buscamos ele nos altares, nos templos, e o desprezamos no dia a dia nas coisas mais simples que poderíamos fazer. Somos chamados a ser João mas agimos como Pilatos lavando as mãos e o desprezando. Ele está entre nós e a canção nos fala isso. Mas porque somos fracos, mesquinhos, orgulhosos e arrogantes não o conhecemos e por isso nós o desprezamos ainda que ele tenha dado a própria vida por todos nós. Nessa páscoa busquemos o verdadeiro dono da festa. Busquemos celebrar na presença dele e com ele sem necessariamente ter que ir a templos, igrejas, montes. Ele está no nosso meio, na calçada, no asilo, no hospital, na fila do supermercado, no homem que sorri, na mulher que chora, na criança que brinca, no idoso perdido em lembranças. Busquemos o verdadeiro dono da festa sem o desprezar ou ignora-lo. Só assim a nossa ressurreição e a nossa páscoa estarão completas.