Para Congonhas-MG (a pedido) uma homenagem especial em forma de súplica pelas desordenadas expansões das mineradoras e siderurgias. Que abortam a vida artístico-cultural.
Embalada pelo vento leve de uma noite que chega gritando de sede por causa do outono que entra atropelando a estação, atrelado ao brilho incandescente de uma lua que não se esconde, que aparece sem vergonha, nítida e calorosa. Apesar da estação das mobilidades só estar ameaçando os meros mortais para a sua chegada triunfal, já se sente na pele o que estar por vir. E a paz reina ao som de uma bela canção que ecoa dos equipamentos de sons instalados nos postes de energia que circundam a cidade de luz.
Da janela lateral vejo as bandeiras esvoaçantes dando vida para a pacata cidade de Minas, patrimônio da humanidade. Parecem soltas e livres. De um canto qualquer surge alguém que aos poucos vai desfazendo aquele cenário tão peculiar naquele centro administrativo. Uma de cada vez é cuidadosamente retirada, como que num ritual, e após dobradas, colocadas numa caixa de madeira com brasão impresso. E sobram somente as palmeiras que ao longe parecem desenhos feitos à mão.
- Ó Liberdade! Vista desfocada nesta bandeira branca que era sacudida pelo vento. Por que nos foi tomada? Será que sabes o quanto é importante para o povo que te ergue e rebaixa?
- Ó Povo que habita esta terra! Será que sabe que tu és dono dela?
A praça vista da janela tem um brilho especial. Luzes e mais luzes para homenagear Juscelino Kubitschek. Elas se acendem quando um toque é dado, tudo aclarado. Os profetas que de cima olham para o lado de cá, assistem a beleza de uma terra que parece não sofrer com as mudanças que o tempo propaga. Apesar de rodeada pela destruição dos recursos não renováveis... Parecem dois mundos, ocupando o mesmo espaço físico.
- Ó Meio Ambiente! Por que não é autossuficiente? Por que não mata quem de você tira a essência? Fecho a janela. Ainda na transparência do vidro que a faz, vejo a cidade... Linda e abençoada por um milagre de Deus. Sinto que Aleijadinho deve estar lá dos céus observando a beleza de suas obras, um indiscutível acervo, um mestre orgulhoso. Ou será que ele está agora chorando lágrimas transmutarás em pedra-sabão, na esperança de que estas, possam se solidificar e não permitir a destruição do patrimônio? Contra o desgaste do tempo a solução é relativa. Mas em se tratando da mão do homem, nesta, o desgaste é absoluto, por vezes cruel.
- Ó Humanidade! Salve esta terra. Não permita que ela se perca. Não faça dela uma lembrança numa moldura áurea sobre um aparador.
O céu ainda belo parece gritar. Uma espécie de agradecimento ao sussuro ouvido. Mas logo depois, se vira e de costas, olha meio que de lado, e com um sorriso um pouco amargo, traz através de um trovão a resposta: “Não adianta sussurrar, é preciso sentir o cheiro de pureza da alma. Porque aqui há um deserto de Deus.”
Embalada pelo vento leve de uma noite que chega gritando de sede por causa do outono que entra atropelando a estação, atrelado ao brilho incandescente de uma lua que não se esconde, que aparece sem vergonha, nítida e calorosa. Apesar da estação das mobilidades só estar ameaçando os meros mortais para a sua chegada triunfal, já se sente na pele o que estar por vir. E a paz reina ao som de uma bela canção que ecoa dos equipamentos de sons instalados nos postes de energia que circundam a cidade de luz.
Da janela lateral vejo as bandeiras esvoaçantes dando vida para a pacata cidade de Minas, patrimônio da humanidade. Parecem soltas e livres. De um canto qualquer surge alguém que aos poucos vai desfazendo aquele cenário tão peculiar naquele centro administrativo. Uma de cada vez é cuidadosamente retirada, como que num ritual, e após dobradas, colocadas numa caixa de madeira com brasão impresso. E sobram somente as palmeiras que ao longe parecem desenhos feitos à mão.
- Ó Liberdade! Vista desfocada nesta bandeira branca que era sacudida pelo vento. Por que nos foi tomada? Será que sabes o quanto é importante para o povo que te ergue e rebaixa?
- Ó Povo que habita esta terra! Será que sabe que tu és dono dela?
A praça vista da janela tem um brilho especial. Luzes e mais luzes para homenagear Juscelino Kubitschek. Elas se acendem quando um toque é dado, tudo aclarado. Os profetas que de cima olham para o lado de cá, assistem a beleza de uma terra que parece não sofrer com as mudanças que o tempo propaga. Apesar de rodeada pela destruição dos recursos não renováveis... Parecem dois mundos, ocupando o mesmo espaço físico.
- Ó Meio Ambiente! Por que não é autossuficiente? Por que não mata quem de você tira a essência? Fecho a janela. Ainda na transparência do vidro que a faz, vejo a cidade... Linda e abençoada por um milagre de Deus. Sinto que Aleijadinho deve estar lá dos céus observando a beleza de suas obras, um indiscutível acervo, um mestre orgulhoso. Ou será que ele está agora chorando lágrimas transmutarás em pedra-sabão, na esperança de que estas, possam se solidificar e não permitir a destruição do patrimônio? Contra o desgaste do tempo a solução é relativa. Mas em se tratando da mão do homem, nesta, o desgaste é absoluto, por vezes cruel.
- Ó Humanidade! Salve esta terra. Não permita que ela se perca. Não faça dela uma lembrança numa moldura áurea sobre um aparador.
O céu ainda belo parece gritar. Uma espécie de agradecimento ao sussuro ouvido. Mas logo depois, se vira e de costas, olha meio que de lado, e com um sorriso um pouco amargo, traz através de um trovão a resposta: “Não adianta sussurrar, é preciso sentir o cheiro de pureza da alma. Porque aqui há um deserto de Deus.”