INVEJA. CAIFÁS. INFERNO.

"Quem foi Jesus Cristo, o personagem sobre quem mais se escreveu? Morreu por ser um sublevador? Por se dizer Rei dos Judeus e assim ser crucificado, sob deboche, com a placa sobre sua cabeça, INRI, indicativa de Iesus Nazarenus Rex Iudeorum (Jesus de Nazaré Rei dos Judeus) ou foi o Santo que dividiu as épocas antes e depois de sua chegada pelo calendário que atravessa as nações civilizadas, o Gregoriano, ou ainda a afronta do credo judeu nas sinagogas de então, pregada a nova aliança, repelidas suas prédicas (sermões) invejosamente por Caifás, que o levou ao maior julgamento dos tribunais de todos os tempos, terminado no flagelo do Gólgota, tentado evitar por todos os meios por Pôncio Pilatos, elegendo em Cristo um justo?

Nesse marco da crucificação de um justo, foi antecipada toda a doutrinação épica da justiça, fortalecendo-se pela ordem natural a primeira e única crença na feitura de Justiça, no encontro da verdade com o paradoxo, por ser sentenciado à morte o maior paradigma da justiça em toda sua concepção máxima.

O julgador, angustiado por ter que lavrar a sentença àquele que os céus o faziam perceber que seria levado à história triste e sangrenta por sua decisão, prestava jurisdição clamando por ser um justo o réu, réu de nenhum crime, vítima do egoísmo e da inveja, surda aos seus reclamos de julgador a turba judia.

Quem exerce ou exerceu o ministério do julgamento pode avaliar "de longe" tal aflição, a aflição do juiz que deixa de ser juiz para ser julgado pela indecisão e ausência de autoridade, pressionado pela avalanche política da opinião pública.

Lavou as mãos Pôncio Pilatos para exarar a sentença que eclodiu para o resto dos tempos pelo crime do amor ao próximo, e o fez o julgador intimidado pela coação política de que seria o réu um sedicioso que militava contra o Império Romano. E tão só. Não havia libelo de crime algum, somente o rasgo torpe da inveja, escárnio da natureza humana.” Do meu livro “A Inteligência de Cristo”.

A inveja é um caudaloso rio de insucessos dos invejosos que deságua no mar do inferno.

Em seu Diário Irmã Faustina diz que: “Estou escrevendo isso por Ordem de Deus. Para que nenhuma alma se escuse dizendo que não há inferno”.

Os invejosos e mal sucedidos, gravitando na infelicidade das derrotas, já estão no inferno, basta observarmos suas vidas.

Há um claro quadro no Brasil da inveja que se manifesta. Olhem-se os vencidos.

Santa Faustina Kowalska, a quem foi revelada a Divina Misericórdia, perguntou ao Senhor por quem devia rezar. Deus concedeu a Irmã Faustina revelações, mensagem para todos os seres humanos.

“Em um retiro de oito dias em outubro de 1936, Santa Faustina Kowalska viu o abismo do inferno com vários tormentos. Em seguida escreveu a sua visão a pedido do próprio Cristo.

“Hoje, conduzida por um Anjo, fui levada às profundezas do Inferno. É um lugar de grande castigo, e como é grande sua extensão. Tormentos que vi: O primeiro tormento que constitui o Inferno é a perda de Deus; o segundo, o contínuo remorso de consciência; o terceiro, o de que esse destino já não mudará nunca; o quarto tormento, é o fogo, que atravessa a alma, mas não a destrói; é um tormento terrível, é um fogo puramente espiritual aceso pela ira de Deus”.

A perda de Deus motiva a inveja; torna contínuo no invejoso o remorso de consciência; fogo que atravessa a alma e consome aos poucos, pois esse estado de consciência é o próprio inferno, uma roupagem da alma de destino que não mudará nunca. Uma provação.

E assim ratifica Dante Alighieri em seu monumental Canto do Inferno,

onde “costura com arame os olhos dos invejosos”.

¬E adita Irmã Faustina “a contínua escuridão, um horrível cheiro sufocante e, embora haja escuridão, os demônios e as almas condenadas veem-se mutuamente e veem todo o mal dos outros e o seu. São tormentos que todos os condenados sofrem juntos, mas não é o fim dos tormentos. Existem tormentos especiais para as almas, os tormentos dos sentidos. Cada alma é atormentada com o que pecou”.

Esse o maior dos pecados que tanto se vê, arrastado pela existência como o fez Caim, pecado do “caput”, a inveja. Leva consigo todo o préstito de pecados que gravam a vida. Onde se visibilizar a inveja estará lá a pletora inteira de um arquivo pecador sem limites, o porto inseguro concentrador de incontáveis frustrações, presidido pela inveja como a de Caifás e seu séquito.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 10/04/2019
Reeditado em 10/04/2019
Código do texto: T6620487
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