O Beija-flor passeava de flor em flor num espetáculo mágico só visto no Circo de Soleiul. As suas acrobacias eram tão insanas que pareciam beber néctar encantado. Entre voos rasantes e naturais, desenhava no imaginário, uma linha entrelaçada, uma espécie de emaranhado invisível a olho nu, mas sublinhado na mente de um poeta.
E naquela viagem em que o trem fazia às vezes da canção no seu tic tac a cidade ia acordando. Ou ia o trem acordando toda a cidade? Já haviam, os mais antigos, se acostumado com aquela linha férrea entrecortando a município que respira profecias.
Do portão ouço um apelo do vizinho: - A sua benção, mãe? Que indo até a porta lhe lança um olhar de benção e compaixão, acenando, ela sempre faz isso por não saber qual será o último.
Na estrada que separa o urbano do Rural, apenas 400 metros, transitam os lagartos em suas várias ninhadas, de todo tamanho, de toda cor e idade.
A menina que colhia flores cantarolando e catava pedrinhas de cristal pelo chão via o carro e se afastava para um canto, receosa de que aqueles grandes pneus pudessem carregá-la. Pareciam roda gigante. E ela nunca tinha andado de roda gigante por causa do medo de altura. Sorrindo recebia o cumprimento de voz grossa daquele homem que trazia balas quando no domingo ia comprar jornais. A menina nunca quis colher flores, sempre achou que ficavam melhor no jardim, mas era sua única desculpa para ver a rua e sonhar com a chegada das quatros rodas gigantes lotadas de doces e balas, um parque de diversões só dela.
O tempo passou e agora aquela menina, que roubava flores agora se perguntava: Quem roubou o meu tempo?
Nas manhãs de domingo, chega ela com suas rodas gigantes, cortando a relva, os passarinhos voam e os beija-flores saem em disparada, os lagartos fogem como se vissem um bicho grande e os muros altos já não permitem mais avistar os vizinhos, no caminho nem uma viva alma, nem penada. O trem vai engatando um piuí cha cha e a buzina é gritante. O carro para, e aquela menina olha pra trás procurando as flores, e só encontra um ramo, dentro dela. E o cara que lhe roubou o tempo, parecia o mesmo que tinha carregado o dono do carro das rodas gigantes levando-o para o céu, que estava azul e cheio de nuvens de rodas gigantes.
E naquela viagem em que o trem fazia às vezes da canção no seu tic tac a cidade ia acordando. Ou ia o trem acordando toda a cidade? Já haviam, os mais antigos, se acostumado com aquela linha férrea entrecortando a município que respira profecias.
Do portão ouço um apelo do vizinho: - A sua benção, mãe? Que indo até a porta lhe lança um olhar de benção e compaixão, acenando, ela sempre faz isso por não saber qual será o último.
Na estrada que separa o urbano do Rural, apenas 400 metros, transitam os lagartos em suas várias ninhadas, de todo tamanho, de toda cor e idade.
A menina que colhia flores cantarolando e catava pedrinhas de cristal pelo chão via o carro e se afastava para um canto, receosa de que aqueles grandes pneus pudessem carregá-la. Pareciam roda gigante. E ela nunca tinha andado de roda gigante por causa do medo de altura. Sorrindo recebia o cumprimento de voz grossa daquele homem que trazia balas quando no domingo ia comprar jornais. A menina nunca quis colher flores, sempre achou que ficavam melhor no jardim, mas era sua única desculpa para ver a rua e sonhar com a chegada das quatros rodas gigantes lotadas de doces e balas, um parque de diversões só dela.
O tempo passou e agora aquela menina, que roubava flores agora se perguntava: Quem roubou o meu tempo?
Nas manhãs de domingo, chega ela com suas rodas gigantes, cortando a relva, os passarinhos voam e os beija-flores saem em disparada, os lagartos fogem como se vissem um bicho grande e os muros altos já não permitem mais avistar os vizinhos, no caminho nem uma viva alma, nem penada. O trem vai engatando um piuí cha cha e a buzina é gritante. O carro para, e aquela menina olha pra trás procurando as flores, e só encontra um ramo, dentro dela. E o cara que lhe roubou o tempo, parecia o mesmo que tinha carregado o dono do carro das rodas gigantes levando-o para o céu, que estava azul e cheio de nuvens de rodas gigantes.