Está sobrando pecado
Eu acato a quase todos os comportamentos tidos como pecado, faço ressalva a apenas um.... a GULA.
Eu parto do princípio de que a glutonaria já carrega em si a penitência... o glutão é gordo, como os caracóis ele carrega sua própria carapuça, gritando a todos que ela lhe serviu, o gordo é discriminado, achincalhado, segregado e, sobretudo, pesado. Punir o gordo com uma penitência não seria bitributação?
A seção dos obesos nos magazines sempre ocupa o lugar mais reservado, mais discreto, e o menos elegante.
Mas meus argumentos não param por aí, como imaginar uma reunião, entre amigos, familiares sem guloseimas, sem variedades, sem pratos pioneiros. Como supor um churrasco sem picanha, sem panceta, sem linguiça e sem queijo coalho? E, para mim, churrasco sem pão não é churrasco.
Deixar de provar qualquer uma das iguarias seria uma ofensa a aquele que fomentou o “pecado”. E as justificativas não cessam, afinal, se qualquer um dos presentes carregar, como costume, orar antes de cada refeição, não o estaríamos privando de orar, em uma reunião onde não houvesse nada para comer?
Valendo-me de nova perspectiva, a multiplicação dos pães e dos peixes não sugerem alimentos em profusão, isso não é bíblico?
A gula é didática, é através dela que ensinamos, aos nossos filhos, que não se deve comer de boca cheia.
Nunca me colocarei contra um dogma, não refutarei qualquer um dos princípios estabelecido pela Igreja, mas em todas as minhas confissões:
-Padre, eu pequei, comi muito mais do que devia.