"Comu" o quê?!
Na escola:
-- Professor, "comunista" é aquela pessoa responsável pelos meios de comunicação na política de um país?
O professor tenta conter o riso. Parte para a reflexão e responde:
-- Não. Mas poderia ser. Viabilizar a comunicação às massas. Explicar tudo. Todos tendo o direito de serem comunicados, informados, ter ciência do que ocorre na política (e nos bastidores dela). Tornar comum os processos de comunicação entre todos.
-- Mas isso não é comunismo. É obrigação.
O professor reflete sobre a observação um tanto crítica da adolescente. Observa-a com atenção e olhar curioso. O silêncio toma conta da sala. O sinal bate. Troca-se: de professor, de "componente curricular" (tornou-se obsoleto tratar Matemática, Língua Portuguesa etc. como "disciplinas". Cremos que sejam problemas de ordem semântica. Mudam-se os nomes, mas continua-se a mesma obtusa, antiquada e capenga educação brasileira. A serviço de uma pseudo-elite que, independente de defender desejos tirânicos de uma direita doentia ou de uma esquerda mórbida, limita-se a ensinar "competências" "úteis" como distinguir classes de palavras e conceitos que não têm valor prático na vida dos estudantes. A solução? As competências reais a serem construídas nas escolas deveriam ser as de natureza ética, cidadã, humana. Que conectassem as pessoas em vez de conectar os meios eletrônicos. Compreender o Outro como "um Eu que não é meu", ou seja, uma pessoa que tem os mesmos direitos/deveres que nós. Portanto, participa das nossas tomadas de decisão nos grupos em favor do bem comum. E, quanto aos "ismos" de plantão, deixemo-los de lado, talvez de canto. Porque são limitadíssimos. Nunca deram conta de resolver antigos problemas da humanidade. Juntam-se todos e o que se tem? "Mesmismos", Senhoras e Senhores, Meninas e Meninos.
Um abraço e adiscurpem carké coiza...