Moniquinha e Rubem Alves

Fim de domingo, já tomei até os remédios da pressão e da gripe, ia começar a me recolher, ou seja, sentar numa cadeira de balanço e começar a ler o um romance de Ken Folett, e torcer para o sono chegar, mas aí, recordei de uma crônica de Moniquinha (tem jeito não, só chamo as hermanas pelo diminutiva, todas têm idade deserem filhas ou netas minhas) Cordeiro, em que ela falou no saudoso professor Rubem Alves, uma das grandes figuras da educação e pensamento,´que acho tão importante quanto Pauo Freire. Fiz o comentário à crônica dela, falei até na escola sem asas, mas fiquei com vontade de lembrar um trecho de um texto dele, o qual julgo, juro, deve ser refletido à luz do clima de tensão que vivemos. É este o trecho:

"Hoje não há razão para otimismo. Hoje só é possível ter esperança. Esperança é o oposto do otimismo. O otimismo é quando sendo primavera do lado de fora, nasce a primavera do lado de dentro. Esperança é quando sendo seca absoluta do lado de fora, continuam as fontes a borbulhar dentro do coração. Camus sabia o que era a esperança. São suas as palavras:'E no meio do inverno eu descobri que dentro de mim havia aum verão invencível'. Otimismo é alegria 'por causa de', coisa humana, natural. Esperança é alegria 'a despeito de' coisa divina. O otimismo tem suas raízes no tempo. A esperança tem suas raízes na eternidade. O otimismo se alimenta de grandes coisas. Sem elas ele morre. A esperança se contenta com pequenas coisas. Nas pequenas coisas ela floresce. Basta-lhe um morango à beira do abismo. Hoje é tudo que temos, morangos à beira do abismo, alegrias sem razões, a possibilidade da esperança".

É essa ossibilidada esperança o meu sonho de homem acordado. Juro. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 07/04/2019
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