Amor Telúrico

Estive hoje com amigos de Pesqueira. A mim impressiona o amor do pesqueriresnse por sua terra. É um amor incondicional. Não nasci em Pesqueira, mas em Arcoverde, nunca esqueci minha cidade natal onde vivi a infância e a adolescência, mas fui adotado por Pesqueira e posso dizer com sinceridade que sou um homem feliz: tenho duas pátrias. E amo as duas.

Volto ao papo com os pesqueirenses. É claro que o foco foram as lembranças, recordações, causos vividos e vivenciados. Rimos muito, mas de vez em quandobatia aquela melancolia, aqela tristeza e falta que fazem s que já partiram. Dói muito.Mas que fazer? Avida é finita e se recordamos aqueles que partiram eles pemanecem vivos nas nossas mentes e corações. Depois de conversar muito, um deles irou do bolso o recorte de uma crônica do saudoso Professor Potiguar Matos, pesqueirnse e um dos maiores nomes das letras pernambucanas, e o sujeito com sua voz de locutor leu para todos nós a crônica "Canto Nativo", toda vez que snos reunimos ele lê essa crônica e todos ficamos emocionados. O título dela é "Canto Nativo", vou transcrever um trecho dela:

"Meu canto é teu, te quero ternura ns meus desencontros, afagos de brisa no rosto marcado, macieza de veludo para pés feridos, em ti dormem minha carne e meu sangue, sobra lev[issima de minha mãe, voz sem dono de meu pai. Venho a ti, em tua festa, recolher pedaços de mim em tuas pedras, trazer-te uma rosa vermelha de apaixonado. Te digo, sou um exilado, a vida me expulsou de tuas fronteiras, negou-me visto de passaporte, eis-me apátrida no meu País...

"Vejo que o progresso te pôs maquilagem nova. Estás namoradeira, no endomingado das praças, das indústrias, das escolas, no entusiasmo dos novos, quem sabe, meu canto nativo te enfastie e me olhes distante, como paisagem seca, onde o sol devorou a vida e só ruinas restem chorando a deradeira solidão?

"O homem é tempo e saudade, o importante são as raízes, o que o segura é a memória. Não tenho ouro, nem incenso, nem mirra. Volto a ti como amante de amor primeiro, duro como a vida, maior que a morte. Milagre teu, renovas o universo e me fazes sentir adolescente no calo do teu abraço. Ridículo, como todo namrado, seguro tua mão e digo que te amo".

Fico por aqui. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 06/04/2019
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