MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA
Instalado num terreno de quase 85 mil m² o Memorial da América Latina, projeto cultural idealizado pelo antropólogo Darcy Ribeiro é um local de visitação pública que exige que voltemos várias vezes a fim de absorver toda a sua potencialidade.
São vários prédios onde estão abrigados biblioteca, teatro, salão de exposições, etc. com o objetivo de valorizar a cultura e a beleza dos povos que se fazem representar, quer por objetos quer por manifestações artísticas, músicas, danças e manufaturados.
O traçado curvo da arquitetura característica de Oscar Niemeyer está presente tanto nos prédios como na passarela que faz a ligação dos dois espaços do memorial, inaugurado em 1989, separados por avenida de tráfego intenso como a maioria das ruas de São Paulo.
O monumento à liberdade das Américas, conhecido como A GRANDE MÃO possui o contorno da América do Sul, gravado em baixo relevo, com pintura vermelha sobre o cinza do concreto para caracterizar o derramamento de sangue desses mártires da causa que eles abraçaram e em grande parte alcançaram.
No Pavilhão da Criatividade Popular há exposição permanente onde podemos observar os Orixás, deidades das religiões de raízes africanas, imagens representativas da religiosidade do nosso povo, trajes e objetos das manifestações folclóricas originadas da miscigenação das três principais etnias participantes da nossa formação, cerâmicas, rendas, adereços e objetos de culto ou usos dos povos indígenas do Brasil.
Em destaque, abaixo do piso, a maquete das Américas com os principais pontos turísticos dos países.
Andando por sobre o vidro temos a visão panorâmica do continente, como se estivéssemos flutuando por sobre ele.
O teatro Amazonas, o elevador Lacerda, catedral de Brasília, cataratas do Iguaçu, obelisco de Buenos Aires, cordilheira dos Andes, canal do Panamá, pirâmides maias...
É muito divertido observar o espanto das crianças e o receio dos adultos em andar por sobre aquela estrutura transparente.
Lamentável que o paisagista Burle Marx não tenha sido convidado para distribuir as plantas de grande porte que, diferente das raras palmeiras, certamente diminuiriam a aridez do ambiente impermeabilizado pelo concreto e controlariam a causticante temperatura cada vez que o sol se faz presente nessa cidade que, noutros tempos, era chamada de terra da garoa.