Descobrindo o cinema.
Gosto muito de cinema, e isso devo a minha mãe que sempre assistia aos filmes da sessão da tarde na TV. Horário morto, depois das tarefas semanais, as velhas latas exibidas pela Tupi, Excelsior e Record...os canais mais assistidos na década de sessenta. A Cultura e a Paulista ( antecessora da Globo), eram menores e de programação modesta.
As tarefas domésticas eram pesadas, tudo era braçal ; passar roupas, lavar no tanque , cozinhar, passar cera nos tacos , lustrar, esfregar o piso, engomar as camisas do marido, fazer a feira, e até dar comida pro cachorro, e a gente era criança e pouco ou nada ajudávamos. Não se queixava, era uma leoa, mesmo não tendo o devido e merecido reconhecimento. Aqueles hiatos do meio da tarde eram seu ligeiro oásis para tomar um fôlego.
Sentava-me na sala com ela, e era muito bom, a minha mãe conhecia todos os artistas de cinema; Gregory Peck, Burt Lancaster, Anthony Quinn, Rita Hayworth, Catharine Hepburn, Spencer Tracy, Alan Ladd, Lana Turner, Umphrey Bogart, Clark Gable...e falava os nomes como os lia na tela, nada de pronúncia inglesa.
Eram fitas em branco e preto, pois não havia TV à cores no Brasil, e as pessoas nem sentiam falta, parecia uma coisa futurista, a anos luz de poder acontecer. Não se sonha com coisas inatingíveis.
Quando a adolescência começou a chegar, fui indo aos poucos aos cinemas de Pinheiros ver os filmes recém lançados, os que estavam liberados para a minha idade; Bárbara Streisand, Jerry Lewis, Doris Day , Julie Andrews, e outros. O cinema trazia paz, era um lugar que eu poderia me sentar sozinho e sonhar, mergulhar na tela de cabeça, ser o que eu quisesse por um breve tempo. Os filmes de amor também povoavam a cabeça de romantismo, e despertavam novos sentimentos.
Os tempos são outros, hoje os canais à cabo passam de tudo e muito rápido, os aparelhos são grandes imitando mini cinemas em casa, e além disso compramos DVD a preços módicos , fazendo o nosso pequeno acervo . Tenho por volta de 700 títulos em casa, para poder escolher quando a saudade chegar, mas já acho que tenho demais.
Saudade mesmo sinto da minha mãe me contando sobre os artistas, sobre a sua juventude e seus pequenos sonhos de menina, derramados pelo caminho e guardados no meu coração.
Gosto muito de cinema, e isso devo a minha mãe que sempre assistia aos filmes da sessão da tarde na TV. Horário morto, depois das tarefas semanais, as velhas latas exibidas pela Tupi, Excelsior e Record...os canais mais assistidos na década de sessenta. A Cultura e a Paulista ( antecessora da Globo), eram menores e de programação modesta.
As tarefas domésticas eram pesadas, tudo era braçal ; passar roupas, lavar no tanque , cozinhar, passar cera nos tacos , lustrar, esfregar o piso, engomar as camisas do marido, fazer a feira, e até dar comida pro cachorro, e a gente era criança e pouco ou nada ajudávamos. Não se queixava, era uma leoa, mesmo não tendo o devido e merecido reconhecimento. Aqueles hiatos do meio da tarde eram seu ligeiro oásis para tomar um fôlego.
Sentava-me na sala com ela, e era muito bom, a minha mãe conhecia todos os artistas de cinema; Gregory Peck, Burt Lancaster, Anthony Quinn, Rita Hayworth, Catharine Hepburn, Spencer Tracy, Alan Ladd, Lana Turner, Umphrey Bogart, Clark Gable...e falava os nomes como os lia na tela, nada de pronúncia inglesa.
Eram fitas em branco e preto, pois não havia TV à cores no Brasil, e as pessoas nem sentiam falta, parecia uma coisa futurista, a anos luz de poder acontecer. Não se sonha com coisas inatingíveis.
Quando a adolescência começou a chegar, fui indo aos poucos aos cinemas de Pinheiros ver os filmes recém lançados, os que estavam liberados para a minha idade; Bárbara Streisand, Jerry Lewis, Doris Day , Julie Andrews, e outros. O cinema trazia paz, era um lugar que eu poderia me sentar sozinho e sonhar, mergulhar na tela de cabeça, ser o que eu quisesse por um breve tempo. Os filmes de amor também povoavam a cabeça de romantismo, e despertavam novos sentimentos.
Os tempos são outros, hoje os canais à cabo passam de tudo e muito rápido, os aparelhos são grandes imitando mini cinemas em casa, e além disso compramos DVD a preços módicos , fazendo o nosso pequeno acervo . Tenho por volta de 700 títulos em casa, para poder escolher quando a saudade chegar, mas já acho que tenho demais.
Saudade mesmo sinto da minha mãe me contando sobre os artistas, sobre a sua juventude e seus pequenos sonhos de menina, derramados pelo caminho e guardados no meu coração.