ENTRE ZERO E UM
A primeira vista entre os números 0 e 1 não há nada. Já entre 0 e 2, há o 1. Dessa forma é que a maioria de nós enxerga o que se encontra ao alcance da nossa vista. Como seres condicionados por um comportamento social que induz a busca do excedente para sobreviver, temos dificuldade de olhar por outro ângulo que não seja o que nos exige menor esforço. Porém, se ousarmos saber o que está além do comum, espontaneamente, será acessado em nós dois atributos da mente, a criatividade e a imaginação, e, assim, podemos ir além dos limites da nossa míope visão. No entanto, entre o 0 e 1 existem um infinidade de números tais como: 0,0001; 0,000001; 0,9999; 0,123457... etc.
Estamos habituados a olhar para a superfície, assim, somos sempre surpreendidos pelas coisas, pelo tempo e pelo próximo, dessa forma, só iremos notar o seu modo de falar, vestir e suas posses, jamais, suas atitudes, pois, são por meio delas que conseguimos conhecê-lo. Somos afeitos no conhecimento empírico, no decorrer do dia a dia, por meio de tentativas e erros.
Para uma curta vida que temos de desfrute, numa luta frenética para ser feliz, sem de fato saber o que é felicidade, a inércia da observação nos deixa sem contemplar maravilhas que na verdade daria a vida seu significado e a satisfação de vivê-la, uma vez que ela passa como um sopro. Na procura do excedente, pois, precisa-se de pouco para sobreviver, há um grande dispêndio de energia para conquista e a manutenção dessa sobra. Sempre mais trabalho, atenção, dedicação, segurança para não perder o que se tem, também, a ansiedade pelo desejo de possuir o que não se tem. O mal está quando serve apenas a si, abastecendo, exclusivamente, o orgulho, a inveja, o ciúme, a vaidade, e o egoísmo.
Logo, temos uma vida apenas pensada na busca do excedente e não sentida, uma vez que são os sentimentos que nos faz seres humanos bons, ruins, felizes ou infelizes.
J.Barsanulfo Nery