A CHUVA DA TARDE E A CRÔNICA LIGEIRA!
A chuva da tarde é sempre o termômetro da grande Belém. No faz que vem e vem que faz, a bendita tenta nos enganar, escondendo-se por detrás do perfil das nossas mangueiras...
Quando demora a gente reclama e quando chega a gente protesta - e lå se vão as correrias em busca de um abrigo do banho fora de hora.
Bem, mas quem vai pra casa não se molha, mas às vezes chega ensopado. Essa é boa e até provoca risos no meu vizinho que completa ironicamente:
- "Égua, assim não då, assim não då e São Pedro está de marcação com a gente". Marcação ou não a gente agradece.
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Bem, veja só e por falar nela - ainda 13h30 - já começa a desabar mais uma chuvarada na grande Belém.
E já då pra se ver, carros que se amontoam, ruas e avenidas que se encurtam e gente a navegar na orla do Guajará...
Melhor, ainda, seria tomar uma rabeta e surfar nas ondas do asfalto, como dizia Camões, " por esses mares nunca dantes navegados".
Aborrecido, repete meu vizinho - "assim não dá, assim não då"- e sai correndo a puxar as roupas do varal - e toma-te aguaceiro em Belém do meu Pará - ó terra abençoada por Deus!
Pois é, com todos esses contraditórios - do ora chove e do hora não chove - a gente prossegue em busca do caminho, às vezes " sem eira e nem beira" , como dizia minha amada e notável mãe, Maria Paula dos Santos.
E agora, acredite, se quiser, que amanhã lå pelas tantas, sorrateira e manhosa, qual noiva ataviada com seu manto de candura, outra vez, a chuva da tarde cobrirå a cidade, adocicando o verde das nossas matas e o colosso de nossa Belém do Grão-Pará!