CARNAVAL ANDINO
Entre as tradições culturais dos povos americanos que não foram solapadas pelos colonizadores europeus destaca-se o carnaval andino e dentro dessas comemorações há a yunza, (cortar árvore, literalmente na língua quéchua) ou corta monte (em espanhol) que consiste em derrubar uma árvore que foi previamente enfeitada com presentes, serpentinas, balões coloridos, etc.
Um casal selecionado da comunidade, fica encarregado de providenciar os enfeites e presentes que após a queda da árvore serão distribuídos com os participantes do festejo repleto de muitas músicas e danças tradicionais, desfiles de figuras folclóricas, comidas e trajes típicos daquelas etnias que formavam o império Inca.
Esse mesmo casal é responsável por iniciar as machadadas e em sequência, outros casais vão se revezando até que a árvore seja derrubada.
Os casais selecionados são também chamados de juízes, mordomos ou presidentes e são escolhidos no final da celebração para organizarem a festa do ano seguinte.
Como ocorre com os folguedos folclóricos brasileiros essa comemoração está cada vez mais distante das capitais Lima, Sucre ou La Paz, restringindo-se aos rincões do altiplano andino aonde, apesar da influência globalizante da tecnologia, há resistência e valorização de antigos costumes.
Nesse 31 de março de 2019, sob um sol de rachar, eu tive a satisfação de assistir ao 8º Festival Cultural Carnaval Andino no espaço livre do Memorial da América Latina (S. Paulo/capital), com o maciço comparecimento dos peruanos radicados no Estado de São Paulo, de outra vez saborear as delícias da culinária peruana e dar uma atualizada no entendimento auditivo da língua espanhola.