CONTESTANDO A CONTEXTUALIZAÇÃO

Recebi de uma jovem, sob chamada de "Cristãos, Deus tá vendo!" - "Me pergunto que tipo de cristão comemora a tortura de crianças, mulheres grávidas, o assassinato de pessoas e o desaparecimento de pais de família". Assina com #DitaduraNuncaMais.

Não fosse a postagem ter sido compartilhada por um amigo, a quem considero de alto nível de inteligência, teria passado despercebida. Mas ao responder, não respondo ao amigo, pois ele, com a inteligência que tem, vai ainda acertar seus passos com o discernimento. O que me preocupa e a quem respondo, é à jovem e aos jovens que ela representa. Estes sim, meio que doutrinados, devem encontrar mãos que os protejam e os apoiem a retornar aos trilhos de suas individualidades, resgatando suas vidas e liberdade de raciocínio e pensamento.

(Antes quero registrar que a Comissão da Verdade relatou 434 mortos entre 1946 e 1988 - 42 anos - 18 anos a mais que o Governo Militar - portanto crianças e mulheres grávidas também estão dentro desse número).

Respondi ao manifesto indignado da jovem:

Ainda bem que isso não aconteceu em larga escala, como em Cuba, Rússia e China. Os comunistas revolucionários queriam a Ditadura do Proletariado, com campos de concentração e fuzilamentos, e foram barrados antes do baile. A lembrança da data é respeito aos mortos, censura aos que agiram mal, gratidão aos que garantiram a liberdade, talvez até a de você, minha jovem, ter nascido, pois seus pais poderiam ter morrido em um campo de concentração. É triste comemorar uma vitória com mortos, mais triste é os derrotados se fingirem de vencedores e o cúmulo da tristeza é saber que reescreveram a História e você acreditou. Mais dia, menos dia, a verdade vem à tona, e eis que o dia chegou e com ele as comemorações, como se o despertar de um novo e esperançoso amanhecer. O que é motivo de festa, para quem da esperança já tinha dúvidas. Em tempo, minha jovem: em 1964 o exército entrou em cena no amparo da Constituição, ao clamor do povo e sem ter dado um único tiro. Outra observação, não é próprio apelar para sentimentos cristãos uma vez que muito mataram nas Cruzadas, apoiaram e deram cobertura a nazistas e fascistas e ainda hoje apoiam a esquerda criminosa, vide CNBB e Sem Terras. Hora de rever conceitos e se desfazer de preconceitos.

Muita coisa embaixo do tapete, vale pesquisar...

Armand de Saint Igarapery - textos no Face e no Recanto das Letras Também em livro "SAÍ DO FACE - Peguei a tangente à direita"