Levei o meu luto pra passear.
É natural perder amigos à medida que envelhecemos e, com eles, capítulos da nossa história.
Apesar de crer que, morrer seja deixar o corpo físico na terra após ter se tornado cárcere de dor e, por sua fragilidade, se já não poder mais abrigar a alma, o luto vem.
Notícias de morte próxima nos causam impacto mental e físico - a nossa química enlouquece.
Em momentos de luto desenvolvi o hábito de caminhar na praia.
O cheiro, o ruído e os movimentos do mar me ajudam a meditar. Então faço o meu ritual de despedida mirando um ponto azul do céu. E é assim que reencontro a minha paz.
A saudade surge de tempos em tempos, mas nela não há dor e sim agradáveis lembranças dos momentos vividos.