A SAUDADE MARCOU PRESENÇA
Ontem à tardinha levei meu neto Tomás ao Colégio Magnum, nos altos
da Renascença, para sua aula de futebol costumeira e, nesse ínterim, fui
ao bar do Roberto Rocha, bem próximo, a fim de tomar uma cervejinha e
provar dos seus quitutes.
Havia tempos eu não passava por lá e fui atendido pelo seu filho, naque-
le reduto da coroada, onde me deparei com o recado:- "AVISO DO BAR-Se
alguma namorada ou esposa ligar e perguntar por você, nossas tarifas e as
respostas são:- "- Acabou de sair - R$10,00 . "- Está a caminho de casa" -
R$15,00." - "- Não está aqui - R$20,00" . "- Não o conhecemos - R$30,00".
Enquanto cervejava, eu observava os coroas que chegavam ao bar, os abraços, comentários e os risos:- "-Olha quem está aí! Mas você não estava em Brasília, cara?" - e a resposta vinha ligeiro:- "- Não, sujeito. Na Bahia é bem melhor!" - devolvia o interlocutor.
No bar só havia uma mulher, jovem ainda, a qual fumava sem parar,
acompanhada de um rapaz estranho por ali. Foi então que pedi um tira-
gosto e vieram dois bolinhos de carne enormes (mal dei conta de um e
levei o outro para o Tomás). Vi as horas, paguei a despesa e fui ao en-
contro do meu neto.
Lá chegando, vi o meu filho Daniel, seu pai, que viera encontrá-lo, o
qual dividiu o bolão de carne com o Tomás. Ambos comiam murmurando
("-Hum, hum!...). E eu, sorrindo e feliz, já bolava mentalmente esta mi-
nha crônica.
-o-o-o-o-o-
B.Hte., 29/03/19