NADA TÃO ATUAL. INCERTEZAS.
“Todo este mundo é como um dilúvio, porque todas as coisas que estão neste mundo, à semelhança das águas, correm flutuando por eventos incertos.
Já a verdadeira fé, que não promete coisas transitórias, mas eternas, levanta a alma como que de certas ondas, erguendo-a da cobiça deste mundo às coisas do alto; ela pode então ser levada pelas águas, mas não pode ser inteiramente submergida, porque este mundo pode ser usado devido à necessidade, mas não pode obrigar o afeto.
Quem quer que, portanto, não crendo nas coisas eternas, somente apetece as que são transitórias, debate-se entre ondas como que sem navio, e o ímpeto das águas que correm o carregam consigo.
Quem, porém, crendo nas eternas, ama as coisas transitórias, este é como aquele que naufragou perto de um navio.
Já quem crê nos bens eternos e os ama, como que já colocado no navio, atravessa seguro as ondas do mar revolto.
E se pelo desejo da fé não abandonar o navio, de certo modo, ainda que no meio das ondas, imita a estabilidade da terra”.
Hugo de São Vitor, “A substância do amor”, Inst. in Decalogum Legis Dominicae.
Diante dos inóspitos quadros da humanidade em todos os pespontos do rendilhado das inviabilidades materiais de ajuda como um todo e para todos, pública e privada, que sempre foram esperadas e nunca chegaram da forma mais mínima para atendimento do básico, como formal, legal e vigente,ética ou coercitivamente, nos respectivos ordenamentos, deixa de ficar tão hermético crer e aceitar a imaterialidade da transcendência.