Um dos mistérios mais alucinantes e assustadores da humanidade reside na hora da morte. Para aqueles que professam alguma fé, a morte soa como algo inevitável e por isso a resignação é a única resposta. Para outros, o desespero e angústia se tornam seus principais companheiros e a revolta é a forma mais equilibrada de lidar com este mistério.
No ano passado, nesta data vivi a experiência de lidar com ela, essa aventureira fortuita, que passou pelas ruas que desenharam a minha infância e encontrou um distraído e o levou pela mão, como se o enganasse com a ideia de que lá (céu ou inferno) é melhor que aqui. Ele nem resistiu. Foi suave. Deu adeus aos familiares no leito de um hospital, sorrindo. A dor já nem o incomodava mais, e ele não recusou o passeio.
E daquele dia em diante, as ruas da minha infância não mais seriam as mesmas, não haveria, por conseguinte, um cumprimento eufórico e carinhoso; não haveria a revelação mais simples e singela de humildade; não haveria aquela imagem típica em que todos se agachavam, lado a lado, para observar o cotidiano e ele lá no meio; não haveria uma resposta feliz nem mesmo um sorriso sincero. Não haveria paz.’
“A vida é um trem bala, parceiro. E a gente é só passageiro prestes a partir.” Quem o conheceu sabe, não havia um dia sequer em que estava zangado, mal humorado.
Ele era a Paz, Ciência jamais explicaria!
Vai com calma, menino!
É devagar e sempre!
PACIÊNCIA, o Céu é o seu lugar!
Vou sentir saudades do seu sorriso, do seu carinho e da sua paciência, tão peculiar na sua fala sem pressa, cantarolada, como se tudo jamais se acabaria, nem o tempo.
Saudade daquele Menino Atleticano Roxo que a vida fez questão de nos presentear desde a infância.
Um menino que o destino fez resolveu devolver, apesar do acidente automobilístico que apagou os traços da face e o fez meio robô, entre os ossos a platina.
Vai andar de bicicleta no céu, menino! Distribuir flores do seu lindo cesto para aqueles que se despediram e deixaram uma ausência doída.
Aqui, nesta estação é perigoso. Tem muita maldade. Muita gente sem caridade. Gente que alimenta nossas fraquezas, pelo vício.
O seu pai te espera de braços abertos. Peça a ele uma benção e diga que o Atlético não é mais o mesmo, desde que ele se foi.
A vida é uma faísca, pena que a sua apagou tão cedo.
Primo, sentirei saudades. Vá em paz!
Nossas lembranças de criança serão o conforto da alma... Dói, viu. Despedir de alguém tão próximo.
Hoje a lembrança é uma dor! E vamos nos atualizando neste mistério, esperando a hora em que esta figura triste, sombria, decida nos levar para este outro mundo. Até lá, vamos colocando um travesseiro de nuvens no coração, pra amaciar a saudade que cai...
No ano passado, nesta data vivi a experiência de lidar com ela, essa aventureira fortuita, que passou pelas ruas que desenharam a minha infância e encontrou um distraído e o levou pela mão, como se o enganasse com a ideia de que lá (céu ou inferno) é melhor que aqui. Ele nem resistiu. Foi suave. Deu adeus aos familiares no leito de um hospital, sorrindo. A dor já nem o incomodava mais, e ele não recusou o passeio.
E daquele dia em diante, as ruas da minha infância não mais seriam as mesmas, não haveria, por conseguinte, um cumprimento eufórico e carinhoso; não haveria a revelação mais simples e singela de humildade; não haveria aquela imagem típica em que todos se agachavam, lado a lado, para observar o cotidiano e ele lá no meio; não haveria uma resposta feliz nem mesmo um sorriso sincero. Não haveria paz.’
“A vida é um trem bala, parceiro. E a gente é só passageiro prestes a partir.” Quem o conheceu sabe, não havia um dia sequer em que estava zangado, mal humorado.
Ele era a Paz, Ciência jamais explicaria!
Vai com calma, menino!
É devagar e sempre!
PACIÊNCIA, o Céu é o seu lugar!
Vou sentir saudades do seu sorriso, do seu carinho e da sua paciência, tão peculiar na sua fala sem pressa, cantarolada, como se tudo jamais se acabaria, nem o tempo.
Saudade daquele Menino Atleticano Roxo que a vida fez questão de nos presentear desde a infância.
Um menino que o destino fez resolveu devolver, apesar do acidente automobilístico que apagou os traços da face e o fez meio robô, entre os ossos a platina.
Vai andar de bicicleta no céu, menino! Distribuir flores do seu lindo cesto para aqueles que se despediram e deixaram uma ausência doída.
Aqui, nesta estação é perigoso. Tem muita maldade. Muita gente sem caridade. Gente que alimenta nossas fraquezas, pelo vício.
O seu pai te espera de braços abertos. Peça a ele uma benção e diga que o Atlético não é mais o mesmo, desde que ele se foi.
A vida é uma faísca, pena que a sua apagou tão cedo.
Primo, sentirei saudades. Vá em paz!
Nossas lembranças de criança serão o conforto da alma... Dói, viu. Despedir de alguém tão próximo.
Hoje a lembrança é uma dor! E vamos nos atualizando neste mistério, esperando a hora em que esta figura triste, sombria, decida nos levar para este outro mundo. Até lá, vamos colocando um travesseiro de nuvens no coração, pra amaciar a saudade que cai...