A reforma necessária

Um pouco de analogia não faz mal a ninguém. Quem foi que disse que quando construímos uma casa, a sua estrutura será eterna e suficiente para suportar as intempéries da natureza, bem como, as mudanças que ocorrerem ao longo dos anos e do tempo? Uma reforma é sempre necessária para adequar o ambiente. Em tempos modernos diríamos: atualizar é preciso. Mas para tanto, há uma necessidade de planejar, levantar os fundos e profissionais qualificados. E, por fim, mãos à obra!
No nosso Brasil varonil (patriotas são poucos, mas existem) o que acontece não é diferente. A reforma tão necessária e pedida (em todos os âmbitos da administração pública federal) chegou! E ao invés de celebrarmos, fazemos um velório inevitável. E não é isto que desqualifica a ordem feita sob a égide de legislação, mas sim, a forma, a celeridade e a violência com que vem sendo implementada e "goela abaixo".
Daí segue a massa na luta, mobilizando os setores engajados e as organizações de classe... Alguns vão chamar de antigos trabalhadores, aposentados, outros, desqualificarão (se a maioria não consegue tratar sequer os pais idosos com respeito e cuidado).
E não me venham ditar o discurso pronto de que as mudanças devem ocorrer na urna (e devem mesmo), mas alguém aí poderia arrumar uma máquina do tempo ou suspender provisoriamente os projetos de grande valia para depois das eleições de 2020? Ou quem sabe uma espécie de renúncia coletiva dos representantes do povão? Ou, ainda, uma intervenção militar (pelo amor de Deus é ironia) sob o pretexto de entregar o poder para os "novos" homens que surgirão neste século, já que a maioria que está hoje nos partidos é a mesma que participou das últimas eleições (da penúltima, da antepenúltima) as potenciais lideranças foram abortadas ou desqualificadas por não participarem deste jogo de poder?
Estamos diante de um grande projeto de reforma que refletirá negativamente em diversas áreas e procrastinamos, com uma espécie de anestesia coletiva. Se cada cidadão brasileiro tivesse a possibilidade mínima de ter o texto da reforma com linguagem fácil e explicado em pormenores, nem mobilização política social haveria, seria uma briga de foice individual, onde cada um lutaria pelos seus interesses, no presente e no futuro.
O vídeo que viralizou na internet disponibilizado por uma revista independente com o nome de Desafio do Cimento (2018), mostrou com "humor negro" a realidade a ser experimentada pelos cidadãos que exercem funções tidas como "braçais", um homem de 60 anos subindo escadas com um saco de cimento nas costas. E tem mais, a questão da previdência municipal (vai prum montante), dos direitos adquiridos, da previdência privada, da previdência militar e outras. Tem aberração por demais pra um país só. No países desenvolvidos, o sentido é contrário. E o nosso congresso? Quer tirar o foco da Lava Jato, das operações com nomes bonitos da polícia, do verdadeiro personagem principal. Se fosse escolher uma profissão na atualidade, cairia muito bem a de político partidário com cargo eletivo. - Mas isto não é profissão Mônica? Uai! Pensei que era, porque a maioria dos nossos representantes vivem como políticos e ex eleitos, vá a um evento social onde alguns deles se encontram, a apresentação é sempre assim: o ex vereador, o ex deputado, o ex presidente.
Colocaram em nós rótulos de lado A e lado B, dividiram o problemas da sociedade de acordo com os partidos adeptos ou não, e cada um segura a sua caixa preta, com uma sigla de corrupção na testa e com um sorriso encantador e um jeito lindo de falar que "nos criou". Estou provocando, mas é sério, infelizmente.
_ Quem tem 50 anos aí levanta a mão! (Eu não, eu não). Então aos novatos, prazer! A sua história de luta começa aqui, ou morre, sei lá.
Não é possível ser contra as mudanças necessárias para o bem comum, mas desta forma atropelada não há cabimento.
Mas, enfim, "cuspir" essas palavras aqui nas redes sociais não é suficiente, sequer as movimentações em massa. É preciso sair da rua e ir pra sala. Sala de aula, sala de pautas coletivas, sala de estudo e de ação. É colocar o grito na folha, materializar. O problema é que aqueles que poderiam emprestar o seu "intelecto" para esta mudança não estão dispostos, por descrença, por excesso de atividades profissionais, e os dispostos, por vezes, se misturam infiltrados como manipuladores de "bonecos de gente".
Então, resta a nós a coragem de dispor e se indispor para clarear o que mais importa quando o discurso é mudança.
A labuta é um grito de socorro, mas quem está à beira da morte, nem sempre permanece com os sentidos apurados, as vezes, são anestesiados e quando acordam, a vida já passou.
E por falar em reforma da previdência, o tal rombo é verdade ou história da carochinha? E o ministro Paulo Guedes que afirmou que caso não seja votado o projeto, como o país está no vermelho, o pagamento dos servidores será prejudicado, seria uma espécie de coação? Será que como ele afirma a articulação da votação seja apenas um problema de comunicação, ou seja, “quem não se comunica se...” E como diria Vander Dunguel, “o jeito é apelar para a divina previdência”! - Rogai por nós!
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 25/03/2019
Reeditado em 17/05/2019
Código do texto: T6607275
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