Marcas do Passado
Para eu te amar
Terá que acordar-me da lucidez e turvar-me a visão do óbvio,
Causar-me amnésia das decepções vividas e jamais esquecidas.
Terá de se envolver no emaranhado dos meus confusos sentimentos.
Terá de se jogar no fogo dos meus desejos, no perigoso abismo da dúvida.
Só assim eu acreditarei em ti, nos teus sentimentos e nas tuas juras de amor...
Dos seus lábios fluem promessas e juras, mesmo sabendo que para mim és translúcido, como as águas cristalina de um rio...Esqueceste? Já conheço deste amor, já provei deste mel, um dia doce, no outro amargo como fel.
Do verdadeiro amor nada sabe.
Nem mesmo sabes cuidar de uma flor, como cuidará de ti, de mim? Como cuidará do nosso amor?
Ao meu amor não nunca deste valor...de ti tive seu apreço pobre e barato... não sabes o quanto padeço ao perceber nos seus olhos a infidelidade do sentimento volúvel que de ti emana.
Não se aproxime com este jeito de menino, pedindo que eu te veja com olhos iludidos... Não, não penses que esqueci de tudo que já vivi.
Minha escola foi cruel, aprendi a duras penas que para o amor não existe céu... Apenas algumas passagens pela praça do prazer, com paradas aqui e ali na esquina da alegria e da ilusão. Mas foi na rua da decepção e na avenida da tristeza que aprendi a lidar com todos os outros sentimentos.
Andarei pelo labirinto das minhas emoções a te procurar.
Se em uma esquina qualquer eu te encontrar, não terei dúvida que por ti ainda tenho algum apreço.
E nada tema, senão te encontrar... que nada busque, senão o meu querer…
Quero dar para ti tudo... mas nada a mais, do que quero ter.