Confissões de uma mulher madura IV
Quando escrevi minhas primeiras confissões, estava entrando na chamada terceira idade. Muitas coisas aconteceram de lá pra cá.
A vida prega peças muitas vezes na gente, minha história de amor foi interrompida, fiquei só, sem meu amigo, companheiro, namorado, pai e amor. Mas como diz, a vida continua.
A saudade devora a gente por dentro, não deixando a vida seguir, mas eu sabia que tinha que reagir, pois eu tinha uma família precisando de mim então não podia deixar a “peteca” cair.
Agora era hora de gritar meus temores sem medo e fazer o que desejo, mesmo temendo o fracasso.
Agora era hora de me amar, aceitar-me, pois os anos estavam se passando, mas me sentindo plena cheia de vontade de viver.
Não tenho mais a aparência de 20 anos, pois as pedras do caminho moldaram meu corpo. Meu olhar é cúmplice, pois tem sido formado há anos, o que me permite dominar a arte de amar meus filhos e netos.
Muitas vezes me perguntam quantos anos eu tenho…
Que importa isso?
Tenho a idade em que olho as coisas com mais calma, mas com o interesse de um maior crescimento.
Tenho anos quando os sonhos começam a acariciar os dedos, e se transformam em esperança.
Que importa se tenho vinte, quarenta ou sessenta! O que importa é a idade que eu sinto.
Tenho os anos que preciso para viver livremente e sem medo, carregando comigo a experiência e a força dos meus desejos.
Então percebo que devo aproveitar e reconciliar meu mundo. Deixo de me preocupar com o que passou e o que passará, e começo a desfrutar do que está acontecendo.
Sinto-me como um bicho lindo, cheio de cores e de amores que ainda busca o prazer de amar