Confissões de uma mulher madura IV

Quando escrevi minhas primeiras confissões, estava entrando na chamada terceira idade. Muitas coisas aconteceram de lá pra cá.

A vida prega peças muitas vezes na gente, minha história de amor foi interrompida, fiquei só, sem meu amigo, companheiro, namorado, pai e amor. Mas como diz, a vida continua.

A saudade devora a gente por dentro, não deixando a vida seguir, mas eu sabia que tinha que reagir, pois eu tinha uma família precisando de mim então não podia deixar a “peteca” cair.

Agora era hora de gritar meus temores sem medo e fazer o que desejo, mesmo temendo o fracasso.

Agora era hora de me amar, aceitar-me, pois os anos estavam se passando, mas me sentindo plena cheia de vontade de viver.

Não tenho mais a aparência de 20 anos, pois as pedras do caminho moldaram meu corpo. Meu olhar é cúmplice, pois tem sido formado há anos, o que me permite dominar a arte de amar meus filhos e netos.

Muitas vezes me perguntam quantos anos eu tenho…

Que importa isso?

Tenho a idade em que olho as coisas com mais calma, mas com o interesse de um maior crescimento.

Tenho anos quando os sonhos começam a acariciar os dedos, e se transformam em esperança.

Que importa se tenho vinte, quarenta ou sessenta! O que importa é a idade que eu sinto.

Tenho os anos que preciso para viver livremente e sem medo, carregando comigo a experiência e a força dos meus desejos.

Então percebo que devo aproveitar e reconciliar meu mundo. Deixo de me preocupar com o que passou e o que passará, e começo a desfrutar do que está acontecendo.

Sinto-me como um bicho lindo, cheio de cores e de amores que ainda busca o prazer de amar

JÔ ANDRADE
Enviado por JÔ ANDRADE em 24/03/2019
Reeditado em 25/03/2019
Código do texto: T6606459
Classificação de conteúdo: seguro