[12h25 - Aqueles faróis que nos seguem sempre...]
Simples anotação de uma alegoria da nossa peregrinação terrestre... coisa & arte de Marguerite Yourcenar, "O tempo, este grande escultor", cuja leitura acabo de concluir.
Passa-se assim:
Aquela descrição dos faróis de automóvel que os dois homens, viajando à noite por estradas solitárias do México, veem de forma intermitente, no espelho retrovisor, e que o "yaki" identifica como sendo a Morte ---
......."A morte segue-nos sempre, mas nem sempre acende os faróis".
Outro dia, a um jovem que demonstrou alguma arrogância ao me ceder a vaga do carro, depois de lhe perguntar a sua idade, eu disse:
__ 27 anos de idade, só?! Ah, pois o meu pai morreu com a sua idade! Ataque do coração fulminante!
O rapaz olhou-me, espantado, empalideceu, e em silêncio, saiu da vaga de idoso...
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Se eu já tivesse lido Marguerite Yourcenar, teria lhe falado daqueles assombrosos faróis que nos seguem... sempre!
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[Desterro, 21-3-19 - 12h25]