PERDER HOJE PODE SER VENCER AMANHÃ
A notícia destaque, não rara às vezes, são os crimes em que pessoas por situações banais ou torpes e até corriqueiras cometem barbaridades umas contra as outras. Quando nos deparamos com matérias assim até podemos pensar que certas atrocidades foram cometidas por infratores contumazes, “bandidos” que já estão na lida do submundo e, por isso não haveria outro resultado lógico para eles senão a maldade. Essa é uma das tristes realidades que ainda não se apagaram de nossa sociedade. Em contrapartida permanecemos assombrados quando tais violações são cometidas por pessoas idôneas. Pessoas essas que tiveram toda estrutura familiar. Que convivem com todos na sociedade, mas que em momentos de devaneios, de súbito estão em voga nas notas policiais. Nessa hora nossa cabeça inicia uma série de questões e lamentações sobre qual motivo teria levado alguém a uma ação tão repugnante.
É verdade que há vários ensejos que podem levar pessoas a se enveredarem por atos de maldade contra o outro. Ocasionalmente, por exemplo, nos deparamos com circunstâncias em que duas pessoas estavam tranquilamente em um bar. E em dado momento, durante uma discussão sem lógica em que um quer se sobrepor ao outro, acabam por amargar intolerância, o que adiante evolui para violência física. E, a partir daí garrafa de vidro, espetinho para churrasco, tudo que estiver ao alcance se transforma em arma. Não vamos descrever outros objetos aqui para que não tenhamos o efeito inverso no que está sendo demonstrado pelo texto. E pelo que se examina, o ambiente em si se torna definitivamente favorável a essas pessoas que desenvolvem esse desvio de descontrole emocional. Igualmente porque, em certa medida, a bebida alcoólica e outras drogas, mesmo lícitas, encontradas nesses estabelecimentos comerciais de comestíveis, são substâncias que podem contribuir de forma veemente para que o indivíduo predisposto se sinta ainda mais confiante para se indispor com o outro.
E nesse arcabouço social em que todos nós nos encontramos, concebemos que cultivar o autocontrole emocional é de extrema relevância ainda mais nos dias de hoje. Por vezes é melhor perdermos à primeira vista em um diálogo, do que alçarmos estar sempre por cima do outro apenas para satisfazer nosso ego. Pois em horas assim podemos evitar que um mal muito maior aconteça com ambos do que a todo custo ambicionarmos uma razão que depois não terá valor algum. O imediatismo nesse caso pode levar a altos prejuízos permanentes para toda uma vida. Não é sem fundamento que nos diz o provérbio chinês: “espere o melhor, prepara-se para o pior”. Quando trabalhamos continuamente nossa inteligência emocional elevamos nosso equilíbrio mental e espiritual para perpetrarmos um bem maior a nós mesmos e, por conseguinte ao outro, pois tudo o que pensamos e fazemos ecoa a nossa frente.