O SEU CORNO VENHA CÁ!
Dorval, um pernambucano, que desde moço mudara-se para Porto Alegre. Comentava ele, que depois de participar de uma revolução, precisou fugir, pois queriam passar-lhe a peixeira, uma faca de 30 cm de lâmina, muito usada na ocasião.
Trabalhou no porto e aposentou-se, assim pode dedicar-se mais a casa de religião, contígua a própria moradia. No terreno de 10 por 50 m, havia a casa de religião, a residência dele e mais acima a da filha e netos.
Para os sacrifícios, criava cabritos, os quais eram amarrados nas cercas dos vizinhos, onde devoravam a grama e qualquer coisa que estivesse ao alcance.
Nem o outro lado da rua escapava, cedito Durval saia distribuindo o rebanho. Ele sempre cuidava para que a soga não permitisse que os caprinos alcançassem os portões dos vizinhos. Um dia um cabritinho soltou-se e foi mamar na mamãe cabrita, justamente a que estava amarrada na cerca da casa de Iraci. Ela voltava do final da linha do bonde, depois de levar as filhas à escola, não muito longe dali e levou um encontrão do bichinho. Foi uma gritaria,reclamou, esbravejou e até dirigiu impropérios a mulher de Dorval, Dona Mimosa, que de mimosa não tinha nada, acostumada a lida, sempre tinha um palavrão para presentear quem a estivesse importunando!
Ela ouviu, mas não retrucou. Dali em diante, Iraci, dava rabanadas e resmungava algumas ofensas, quando avistava a dona do pequeno rebanho.
Iraci adorava uma fofoca, uma provocação, mas quando a coisa engrossava ela dizia que Diogo iria tomar providência. Pobre Diogo, um homem franzino, que apertava a cinta para que as calças não caíssem, assim ficava com uma enorme prega entre os bolsos traseiros.
Numa sexta-feira de final de outono, Iraci incomodou tanto a vizinhança, que mal deu para que ela entrasse em casa, por pouco Dona Mimosa não a pegou pelos cabelos!
Furiosa, Mimosa, pegu um banquinho e sentou-se junto ao portão.Lá da fresta na janela, Iraci espiava, como se já soubesse o desfecho do ocorrido.
Lá pelas 17:30 horas, como acontecia todos os dias, Diogo saltou do trem e dirigia-se para casa, quem num pulo, Mimosa levantou-se e gritou:
- O seu corno venha cá!
Tomado pelo susto, ele respondeu sim senhora.
Mimosa deu-lhe uma bofetada e sentenciou que ele desse um jeito em sua mulher. Diogo, um indivíduo, quase cinza de tão pálido, chegou em casa e passou a cinta na mulher. Pelo menos por uma semana ela não botou os pés à rua.
Depois do ocorrido, cada vez que Diogo passava, sempre havia alguém para dizer lá vai o corno, embora, Iraci não o traísse!
São os carimbaços que as pessoas levem!
Tipo este, que puseram em Temer e Moreira Franco, que, se confirmados, serão referenciados como corruptos e se não, também serão! Exceto, se surgir algo mais grave!