Velho livro


 
É sempre difícil aceitar ou esquecer uma palavra, um gesto,
quando o resumo  de tudo, é um  forte nunca mais,
ainda mais quando você concentrou uma parte de sua vida
numa busca por algo que você contava como uma certeza.
Nessas horas você percebe que não há mentiras ou verdades,
o que existe é ilusão versos frustração, e a decisão de dar
a volta por cima.
Quando eu voltei da longa viagem que a minha alma fez,
sei, me senti uma pessoa estranha enquanto foi duro
aceitar-me perdida num tempo que não escolhi,
passei a rever cenas, e até algumas tolas palavras,
coisas que se encontravam abandonadas e que eu imaginava
não mais ter que revirar para não me deparar
comigo mesma, mas, foi preciso folhear um velho livro
empoeirado dum canto, onde nele, eu descrevi sentimentos
de ansiedade em forma de poemas, reli esse amor sem querer,
não encontrei nele a pessoa que  hoje sou,
Foi outro tempo, onde movida por um vazio indecifrável,
nele deixei a dor escondida em meio ao amarelado do tempo,
esse mesmo  tempo que para sempre vou de vez deixar ali esquecido.
Por saber que nada é mais importante do que o agora,
páginas amareladas causam danos também à alma.

 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 23/03/2019
Reeditado em 04/04/2019
Código do texto: T6605538
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