Depressão e vida

Se tem algo na vida que eu possa falar como meu, mesmo que talvez sem tanta propriedade científica que um artigo num portal como este merece, é sobre a Depressão. A Depressão minha e a sua, se é que você consegue conceber esta expressão sem um sentimento de deboche, desprezo, pena ou insensibilidade.

A Depressão atinge milhões de pessoas em todo o mundo, e no Brasil a cada ano as estatísticas apontam não somente que este dado por aqui se eleva, como atinge também a jovens de todas as classes. Se antes era dado como algo ligado a traumas, ao luto, por hoje também se diz estar vinculada a uma sociedade multifacetada e de informações que vão e vem, atraindo nossos olhares, ambições, decepções e buracos na alma.

E o que eu tenho de meu nessa história toda?

A Depressão é associada a morte, ao suicídio, a produtividade baixa e a uma qualidade de vida deficiente. Tudo isso eu sei, já provei. Mas quero superar ser alguém dentro das estatísticas. Eu quero viver. Não sei por que. mas a vida parece que manda a gente viver. A vida é um imperativo, uma ordem.

Então por que não falar de Depressão e vida? Ela - a Depressão - vai contra algo que nos é imposto - a vida - e que percebemos desde cedo, independente de crermos ou não em uma outra existência, que às vezes é o que nos freia, nos impede de vermos a possibilidade de dar cabo à existência.

Tudo bem, a Depressão parece ser uma doença da alma, de uma profundeza difícil de alcançar, de comunicar, de dialogar. Mesmo entre nós e o nosso eu. Se não nos entendemos, como compreender um mundo que dança diferente da gente, não é verdade?

Mas talvez seja possível. Digo assim, ainda em dúvidas, pois a busca ainda está em andamento.

Música de fundo: "Aquarela", de Toquinho.