Os rótulos nossos de cada dia
Depois que vieram à tona as primeiras denúncias sobre o mensalão e a corrupção foi passada a limpo na máquina de lavar da “justiça”(espada) sendo uma ação generalizada, mas camuflada e diversas outras operações da polícia desencadearam, a curto prazo, uma divulgação em massa dos crimes praticados por políticos no exercício de suas funções delegadas, o Brasil deu uma acordada (parecia estar dopado).
Não que o Partido dos Trabalhadores tenha criado a roda, já que se evidenciou crimes praticados por seus membros, mas a visibilidade é uma espécie de consequência da intolerância com as ideologias “comunistas”, tendo em vista a comprovação documental de que não fôra este, o partido, com maior número de indiciados ou sentenciados, além dos crimes não apurados.
Mas o que me causa certa estranheza é a forma como o cidadão brasileiro resolveu lidar com esta situação, diga-se de passagem, com esta nova vertente de atuação do judiciário (tendenciosa ou não), massacrando pessoas que, por algum motivo, participaram do processo democrático (sem a faculdade de escolher por ser o voto obrigatório) acreditando num ou outro candidato que obrigatoriamente precisa de uma vinculação partidária conforme exigência legislativa.
Ontem mesmo, assisti no mercado, uma cena deprimente de um cidadão que menosprezava a capacidade intelectual de uma psicóloga nordestina, doutora em psicanálise, por causa de uma opinião posta à prova, numa rede social, quando da eleição de Dilma e o vice Michel Temer. Quando esta cidadã disse que estava feliz com a prisão do Temer, o dito cujo começou humilhá-la, na fila, frente aos outros, como se ela tivesse um compromisso com o erro e fosse a responsável (direta) pela situação do país: - Você é hipócrita, votou na Dilma. Sabia o que estava fazendo. Não, ele não a deixou falar, a cortava insistentemente, até que desistiu, calmamente: para quem não quer ouvir, não há argumentos.
Pensei em intervir, diretamente, mas preferi um silêncio reflexivo, uma nota de repúdio espiritual, talvez, mais uma coisa é certa, a má-fé alheia não pode servir de parâmetro para tecer juízo de valor aos que agiram de boa- fé. Seria injusto rotular um povo que por ingenuidade e esperança levantaram uma bandeira. E quem de nós, ao menos uma vez, defendeu o indefensável? As ideologias não devem nos tornar adeptos de uma cartilha separatista onde os que estão ao meu lado são os corretos e os que estão contrários são meus inimigos. Isto não é uma guerra política, mas sim uma política de guerra. Ou aparamos as arestas e resolvemos os equívocos ou vamos saborear o gosto amargo de um vinho mal curado. Não, não somos palhaços. Não, não somos burros. Não, não somos trouxas. Inadmissível transferir para o cidadão de bem toda a carga pesada de uma história orquestrada no escuro, quando a maioria dormia. E, assim, os rótulos nossos de cada dia aumentam...
Depois que vieram à tona as primeiras denúncias sobre o mensalão e a corrupção foi passada a limpo na máquina de lavar da “justiça”(espada) sendo uma ação generalizada, mas camuflada e diversas outras operações da polícia desencadearam, a curto prazo, uma divulgação em massa dos crimes praticados por políticos no exercício de suas funções delegadas, o Brasil deu uma acordada (parecia estar dopado).
Não que o Partido dos Trabalhadores tenha criado a roda, já que se evidenciou crimes praticados por seus membros, mas a visibilidade é uma espécie de consequência da intolerância com as ideologias “comunistas”, tendo em vista a comprovação documental de que não fôra este, o partido, com maior número de indiciados ou sentenciados, além dos crimes não apurados.
Mas o que me causa certa estranheza é a forma como o cidadão brasileiro resolveu lidar com esta situação, diga-se de passagem, com esta nova vertente de atuação do judiciário (tendenciosa ou não), massacrando pessoas que, por algum motivo, participaram do processo democrático (sem a faculdade de escolher por ser o voto obrigatório) acreditando num ou outro candidato que obrigatoriamente precisa de uma vinculação partidária conforme exigência legislativa.
Ontem mesmo, assisti no mercado, uma cena deprimente de um cidadão que menosprezava a capacidade intelectual de uma psicóloga nordestina, doutora em psicanálise, por causa de uma opinião posta à prova, numa rede social, quando da eleição de Dilma e o vice Michel Temer. Quando esta cidadã disse que estava feliz com a prisão do Temer, o dito cujo começou humilhá-la, na fila, frente aos outros, como se ela tivesse um compromisso com o erro e fosse a responsável (direta) pela situação do país: - Você é hipócrita, votou na Dilma. Sabia o que estava fazendo. Não, ele não a deixou falar, a cortava insistentemente, até que desistiu, calmamente: para quem não quer ouvir, não há argumentos.
Pensei em intervir, diretamente, mas preferi um silêncio reflexivo, uma nota de repúdio espiritual, talvez, mais uma coisa é certa, a má-fé alheia não pode servir de parâmetro para tecer juízo de valor aos que agiram de boa- fé. Seria injusto rotular um povo que por ingenuidade e esperança levantaram uma bandeira. E quem de nós, ao menos uma vez, defendeu o indefensável? As ideologias não devem nos tornar adeptos de uma cartilha separatista onde os que estão ao meu lado são os corretos e os que estão contrários são meus inimigos. Isto não é uma guerra política, mas sim uma política de guerra. Ou aparamos as arestas e resolvemos os equívocos ou vamos saborear o gosto amargo de um vinho mal curado. Não, não somos palhaços. Não, não somos burros. Não, não somos trouxas. Inadmissível transferir para o cidadão de bem toda a carga pesada de uma história orquestrada no escuro, quando a maioria dormia. E, assim, os rótulos nossos de cada dia aumentam...