"PIRIPAQUE" NÃO É... "CHILIQUE" !
"PIRIPAQUE" NÃO É... "CHILIQUE" !
"Quem não vive para servir
não serve para viver" !
(provérbio popular)
Quando os doutos "senhores da Cultura" -- no Governo "vermelho" -- decidiram mexer na Ortografia para tornar mais fácil (?!) nosso Português para os galegos que o inventaram, esqueceram que nem só de ESCRITA vive um idioma. Na fala do povo -- dono primeiro da Linguagem -- há um bocado de surpresas, "adaptações" particulares de termos "alienígenas" que não têm explicação em dicionários, quase sempre. Antes que o eventual leitor -- que chegou até aqui -- tenha um "chilique", adianto que o texto irá falar de "pechincha" (outra gíria ?!), ou seja, aquela "chorada" (mais gíria !) que a distinta leitora costuma fazer nas feiras e em lojas de roupa usada, já por si só barata. Mas, como não custa nada "dar um prejuízo" no dono do material, você "verme insensível" ou a senhora "anta metida" -- com isso lhes apresso um "chilique", quem sabe até um preocupante "piripaque" -- não deixará de tentar abaixar o preço da mercadoria alheia.
Ora, por acaso alguém pechincha no supermercado, na farmácia ou padaria ?! Paga menos na cerveja, cujas garrafas tomam quase toda a mesa, no bar da esquina ?! Claro que não ! Pechincha-se só do mercador miserável, pobre de "marré de si", do reciclador visto como mendigo e cachaceiro, do "camelô" que sai às 5 da manhã arrastando as tralhas.
Esse memorável 17 de março de 2019, primeiro domingo de sol após 2 MESES chovendo -- São Pedro acordou tarde, a farra foi boa no Céu -- poderia ser transformado em "Dia do Pechinchador". Tanto eu quanto meu irmão enfrentamos nessa manhã esse costume lamentável. Na feira próxima de casa tive o desprazer de ver devolvida máquina de lavar ARNO Lavette, em bom estado e funcionando bem.No sábado testamos nós, por 1 minuto, num bar vizinho, pois estamos sem luz faz ANO E MEIO... a compradora refez o teste na minha frente, agora com água, 3 ou 4 minutos rolando sem problemas. Comprou por 40 REAIS algo que os reformadores e consertadores cobram no mínimo R$ 150,00, quando não R$ 200,00. Hoje me chamou pra DEVOLVER... "a máquina funciona bem mas pára a cada 5 minutos" ! Clássico defeito no relé, com custo entre 15 e 30 reais para ser trocado. Ela optou pelo mais difícil: por trás da "jogada" a pressão para abaixar o preço, já que a máquina ESTÁ ESTRAGADA ! Estragada como, se está lavando ?!
Há uma "alternativa" mais preocupante: já tirou da lavadora a peça que precisava ! Agora, é se livrar da mesma, com retorno de tudo o que pagou ! Creio na sinceridade dela, mas pegarei a ARNO de volta, só lhe ressarcindo quando tornar a vender !
Em outra Feira, no PAAR, bem mais distante, meu irmão enfrentou situação ainda mais surpreendente: um comprador que tenta estragar o objeto que quer, apenas para mostrar ao que vende um possível defeito. Isso é mais comum do que se pensa, mas exatamente devido a essas microfalhas já se faz um preço inferior ao que deveria ser cobrado. Nem assim a gente se livra da indigesta "pechincha" !
A maletinha levada por meu irmão valeria minimamente 10 reais. Com palmo e meio de largura por 1 de altura, guardara originalmente 2 fôrmas de plástico com dezenas de vidrinhos de perfume 1G. Toda em camurça preta, com duas divisões internas tipo sacola, rendadas, com o ridículo preço de 3 reais. O comprador ofereceu R$ 2,00, o zípper estava com "problema". (Pondo o zípper no lado direito e segurando a maletinha com a mão esquerda êle "empurrava" o zípper ao invés de puxá-lo. A "bolsa" encurvava, travando o mecanismo.)
Meu irmão inverteu a "bolsa"... agora bastava puxar o zípper ! O "espírito de porco" INVERTEU as mãos e tornou a EMPURRAR a "argolinha". Já irritado, o mano tomou-lhe das mãos a peça e mostrou o jeito correto. Funcionou perfeitamente ! Devolveu ao energúmeno que a levou até a bicicleta, prendeu-a no bagageiro e já ía estragá-la pra valer, quando meu irmão "deu chilique" -- pra não ter um "piripaque" -- e disse ao sujeito:
-- "Agora chega, amigo... perdeste a chance de comprá-la. Não te vendo por dinheiro nenhum" !
Asim seguem os dias ! Além da chuva que nos impede de "ganhar o pão nosso" ainda tem gente disposta a tirá-lo a qualquer custo !
"NATO" AZEVEDO (em 17/mar. 2019, 21 hs)