Águas de Março

Li, não me lembro em que publicação, que o saudoso maestro soberano (como o apelidou Chco Buarque), Tom Jobim, pediu certa feita ao grande poeta Carlos Drummond de Andrade que lhe indicasse um dicionário de rimas. O poeta lhe respondeu que quem havia escrito um poema tão belo quanto "Águas de Março" não necessitava de nenhum dicionário.

Na verdade, essa música é lindíssima, e é uma das letras mas inspiradas da MPB. Nela Jobim não fez apenas um samba qualquer, mas um hino ecológico, descrevendo um fato da natureza, sua finalidade, o que a chuva revela, dand a entender que ela leva de roldão o que não presta. É isso, as chuvas de verao eram mesmo uma festa, uma festa do céu, trazendo "promessa de vida aos nossos corações". Era mesmo pau, pedra, fim do caminho, um resto de toco..; Na sua trajetória as águas de março encontravam de tudo: um sapo, uma rã e também um beo horizonte. Mas acima de tudo as águas de março fechavam o verão.

Hoje devido ao desequilíbrio da natureza, já não temos mais definidas as épocas do ano, não se sabe, por exemplo, quando é verão ou inverno, tempo de chuvas, das trovoadas... Mudou tudo. Isso porque o homem está destruindo a natureza, e faz isso conscientemente, criminosamente, destrundo a camada de ozônio com polição, desmatamento e tda sorte de práticas anti-ecológicas.

Assim, hermanas e hermanos, acho que as águas de março ficaram na música de Toim Jobim e nas nossas lembranças, saudades e recordações que são aticvadas quando ouvimos a música. Hoje ainda chive em março, mas não com a magia de antigamente. Para mim as águas de março, as chuvas que fechavam o verão, com muita trovoada, eram uma festa, uma festa do interior. Era a despedida do versão, chegaria logo o inverno, e durante essa estação a molecada não era tão livre como no verão; o tempo chuvoso impedia as brincadeiras, o jogo de pião, de bola de gude, as peladas com bola de borracha, aquelas brincadeirs que o general inverno proibe aos moleques. É claro que mesmo assim a gente se divertia, mas nunca como no verão.

Ainda hoje, quando chove bastante, eu recordo das chuvas de antigamente, principalmentedas águas de março que fechavam o verão. Essas águas, afora a alegria que traziam aos sertanejos e camponeses, tamabém rsgavam a fantasia dos maus administradores que não ligavam para as obras de infraestrutura.

Bom, agora vou ouvir a música na vz de Elis Regina, pensando nas águas de março que trazem promessas de vida aos nossos corações. É pau, é pedra... Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 18/03/2019
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