COMO IMPLODIR UM GRUPO DO QUAL VOCÊ PARTICIPA

Inicialmente, identifique os participantes mais polêmicos e subdivida-os em duas categorias: Situacionistas X Oposicionistas. Em seguida, comece a “alimentar esse sistema”, sempre cruzando entre eles todo e qualquer tipo de petardo de cunho político — ideológico, duvidoso ou não, nunca checando as fontes ou ponderando considerações, inclusive, apenas ou preferencialmente, em nome de um sensacionalismo apátrida. Isso evidenciará a sua “jovialidade”, lhe dará mais adrenalina e ratificará, evidentemente, o Plano Mor do Setor Estratégico.

Passados alguns dias, “quando a turminha já estiver trocando afetos proibidos para dimenores por áudio”, peça pra sair. Nesse caso, haverá, inevitavelmente e a qualquer momento, uma implosão no grupo. Até aí, nada de mais, pois os cacos remanescentes do velho grupo poderão ser jogados estrategicamente debaixo do tapete da sala de estar, quando, então, com a poeira assentada, o seu status quo se restabelecerá e você será chamado para um novo grupo.

Uma opção diferente dessa seria a explosão do grupo. Claro que apenas em última instância, depois de exauridos todos os recursos, inclusive, com embargos infringentes da turma do salário mínimo para impedir a fabricação de quaisquer excludentes de ilicitudes. Afinal de contas, somos um Estado Democrático de Direito, pelo menos é o que consta lá na Carta Magna. Isso funcionaria como algo mais amplo: jogando no ventilador as nossas dores, o nosso sofrimento, as nossas reais reivindicações, tornando o mais público possível o quadro político — econômico —social — brasileiro atual.

As pessoas dissidentes desse outro grupo, ao saírem às ruas, perceberiam dentro de si um sentimento de legitimidade, de entendimento e de convicção da importância do que significa “Ninguém solta a mão de ninguém!” Dessa forma, imagino, poderia estar sendo dada a oportunidade de a semente revolucionária ser novamente plantada, dessa vez, com um tom mais feijão no prato, brilho nos olhos e, mais uma vez, ninguém precisando se abaixar porque é tiro.