Quem foi que disse que o amor está previsto na Lei de Talião?
Na era do “levando vantagem” a qualquer custo, nada nos é de graça. Os interesses implícitos e explícitos se confundem e o “sem esperar nada em troca” virou mito. Mas enfim, haverá ao menos um sentimento que nos coloque diante da gratuidade?
Já dizia Paulo na Carta aos Coríntios: “O amor é paciente, é bondoso; o amor não é invejoso, não é arrogante, não se ensoberbece, não é ambicioso, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda ressentimento pelo mal sofrido, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta,” revelando a docilidade de um sentimento nobre que nominamos amor e que fatalmente tem sido “instrumento” dos desacertos de muitos e se tornou um clichê. Ama-se a música, a cor, o tom, a matéria... Ama-se tudo, menos o amor.
O amor é sentimento nobre, de curvas acentuadas, de tronco elevado, de cabeça pensante e envolvente, porém descrente; caiu na língua do povo e ficou doente; deixou de ser doce pra ser irreverente; de piada em piada, de conto em conto, alguém sempre o imprime um ponto, seja uma vírgula ou dois pontos, até que enfim um ponto final.
E como se deturpa o conceito de tudo com ele não é diferente. Amor não é sonho nem vende em padaria, amor não é feitiço e nem é magia, amor não é moeda de troca e nem pra escambo serviria.
Se se espera dele o retorno, que seja ao menos do mesmo modo, feito a lei de talião, já o transforma em ladrão, rouba a cena, pede perdão, mas jamais será reconhecido como tal.
Porque o amor é mais moderno, maduro sem ter apodrecido; rico sem nada a ofertar; quente sem queimar; natural sem se bronzear.
Esperar do amor que “seja olho por olho e dente por dente” é dele querer demais. Amor quando existe em verdade convence apenas com o olhar, não espera que para isso as íris se cruzem; suporta calado a expectativa e a vence (as vezes se convence) de que doar vale mais que ganhar; e falar dele é como fofoca, sempre com julgamentos apressados, com culpas distribuídas, penas sentenciadas, sonhos em suicídio, apenas porque de amor pouco se sabe, pouco se conhece, pouco se vive...
E se pousar a necessidade de um amor que jamais morre, não correspondido, intenso, supravivido... É só lembrar-se de uma mãe. Não importa se o retorno lhe virá, o que a move é mais forte do que ela espera se mover ou quem ela espera que se mova.
E assim, para o amor, a sentença é pena de morte para a Lei de Talião. E que assim seja... Amém!
Um viva gratuidade enquanto ela dura...
Na era do “levando vantagem” a qualquer custo, nada nos é de graça. Os interesses implícitos e explícitos se confundem e o “sem esperar nada em troca” virou mito. Mas enfim, haverá ao menos um sentimento que nos coloque diante da gratuidade?
Já dizia Paulo na Carta aos Coríntios: “O amor é paciente, é bondoso; o amor não é invejoso, não é arrogante, não se ensoberbece, não é ambicioso, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda ressentimento pelo mal sofrido, não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta,” revelando a docilidade de um sentimento nobre que nominamos amor e que fatalmente tem sido “instrumento” dos desacertos de muitos e se tornou um clichê. Ama-se a música, a cor, o tom, a matéria... Ama-se tudo, menos o amor.
O amor é sentimento nobre, de curvas acentuadas, de tronco elevado, de cabeça pensante e envolvente, porém descrente; caiu na língua do povo e ficou doente; deixou de ser doce pra ser irreverente; de piada em piada, de conto em conto, alguém sempre o imprime um ponto, seja uma vírgula ou dois pontos, até que enfim um ponto final.
E como se deturpa o conceito de tudo com ele não é diferente. Amor não é sonho nem vende em padaria, amor não é feitiço e nem é magia, amor não é moeda de troca e nem pra escambo serviria.
Se se espera dele o retorno, que seja ao menos do mesmo modo, feito a lei de talião, já o transforma em ladrão, rouba a cena, pede perdão, mas jamais será reconhecido como tal.
Porque o amor é mais moderno, maduro sem ter apodrecido; rico sem nada a ofertar; quente sem queimar; natural sem se bronzear.
Esperar do amor que “seja olho por olho e dente por dente” é dele querer demais. Amor quando existe em verdade convence apenas com o olhar, não espera que para isso as íris se cruzem; suporta calado a expectativa e a vence (as vezes se convence) de que doar vale mais que ganhar; e falar dele é como fofoca, sempre com julgamentos apressados, com culpas distribuídas, penas sentenciadas, sonhos em suicídio, apenas porque de amor pouco se sabe, pouco se conhece, pouco se vive...
E se pousar a necessidade de um amor que jamais morre, não correspondido, intenso, supravivido... É só lembrar-se de uma mãe. Não importa se o retorno lhe virá, o que a move é mais forte do que ela espera se mover ou quem ela espera que se mova.
E assim, para o amor, a sentença é pena de morte para a Lei de Talião. E que assim seja... Amém!
Um viva gratuidade enquanto ela dura...