DE ONDE EU VENHO...
...tanto o brilho do sol quanto o clarão da lua são diferentes, são muito mais aconchegantes, envolventes e entendem perfeitamente as necessidades dos nossos olhares e sentimentos.
O que quero dizer é que lá o sol brilha, ainda que esteja por trás das nuvens e o prateado que o luar derrama deixa a terra parecida com um mar de prata.
De onde eu venho sobram motivos que inspiram grandes poesias, magistrais poetas e os doces amores das sonhadoras poetisas. Lá o verde das folhas é muito mais verde, os pássaros sabem de cor as mais belas e harmoniosas canções e quando se juntam formam um desses corais que gostamos de sempre ouvir ao amanhecer ou quando a tarde chega convidando-nos a contar estrelas de diamantes nas nossas varandas mágicas.
De onde eu venho até a chuva tem um sabor diferente, é mais caramelada e quem mais agradece são as hortaliças que, felizes de viver se espalham por muitas e muitas hortas caseiras. E nessas hortas, o que dá gosto de ver é que frutas combinam muito bem com legumes e muitos passarinhos com suas famílias fazem seus ninhos sem nenhuma preocupação se serão incomodados.
De onde eu venho o vento balança a folhagem das árvores num compasso mais cadenciado, único, como se ele quisesse que quem prestasse um pouco mais de atenção pudesse ouvir uma ou outra canção que trouxesse de volta sorrisos de infância, daqueles mesmos que se viam e ouviam nos balanços pendurados em galhos mais pacientes e resistentes.
De onde eu venho, quem parte para outras terras na verdade só leva uma pequenina parte do coração pois o que acontece é que, no lugar de onde eu vim minhas raízes continuam firmes e meu jeito de ser continua cada vez mais saudoso já que a saudade de lá é mais dolorida do que qualquer outra saudade...
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(...imagem google...)