VAI COM DEUS...
REFLEXÕES SOBRE O REPENTINO E TERRÍVEL MOMENTO HAVIDO NUMA ESCOLA DE PORTÕES ABERTOS E SEUS OCUPANTES, ALUNOS E PROFESSORES, NO MUNICÍPIO DE SUZANO – SP.
Hoje, já passado dos sessenta anos, de repente, me vem à saudosa lembrança de meus pais, mas também, do que era usual na época e muitas vezes ouvi e observei também de outros pais, “ vai com Deus meu filho, minha filha”.
Ainda com as imagens na mente dos noticiários sobre o, já chamado massacre de Suzano, município da Grande São Paulo, depois de cerca de dez anos fora da capital, nem me lembrava mais desse nome Suzano, quando surge de uma hora para outra o acontecimento que abalou a cidade e seus moradores, a partir de um terrível ataque aos alunos de uma escola em plena atividade na hora do lanche.
Não é necessário, pois, que repita os pormenores do acontecido, quero apenas lembrar lá de trás, os progenitores de modo geral lançarem à esperançosa despedida aos entes queridos que saem, ora, para o trabalho, para a escola ou para um passeio. A mão abanando de um e de outro, como um limpador de para-brisas no ar; uns, do portão, outros da porta e até mesmo da janela. Aquele ou aquela vira a esquina e some de vista; o que fica, fecha o portão, fecha a porta, fecha a janela ou simplesmente encerra a cortina. No entanto, continua na mente e no coração a lembrança dos queridos que se ausentaram. Muitos pais e mães continuam em silenciosa oração e lembranças, enquanto voltam a seus afazeres, pedindo providências e cuidados do Pai Eterno sobre os queridos e ausentes de sua casa.
É de se considerar que alguns progenitores tem mesmo motivo de levar a Deus os nomes de cada um dos seus, citando os cuidados e desejos, pois que esses estão precisando reconsiderar pontos importantes da educação, exemplos e orientação recebidas em casa e pedem ajuda a Deus pela Sua misericórdia. Outros prestam ações de graças com um leve sorriso por causa das tiradas faceiras, fraternais e características naturais de cada um que saiu para o dia a dia.
“Vai com Deus”, meu filho, minha filha. Também pode ser para um marido, para a esposa, para um parente e até mesmo para um vizinho que vemos sair, o desejo de ir, andar e estar com Deus. Sim, estar debaixo da proteção do Altíssimo é de fato estar abrigado, acolhido nas mão de Deus.
Por isso consolo a pais e mães que nem conheço, se seu filho e filha não voltarem, eles foram com Deus, eles estão com Deus.
Sou pai e desejo que cada dia meus filhos estejam andando com Deus e aprendendo o caminho para Deus.
Reflexões sobre o repentino e terrível momento havido numa escola de portões abertos e seus ocupantes alunos e professores, no Município de Suzano – SP. - Orlando Souza Cirqueira – 15.03.2019
“ Não desista de seu filho”