A tristeza de Suzano

Se Suzano fosse um homem – robusto ou bem magro – ele teria chorado pela chacina que silenciou vidas. Suzano teria pensando em sair do país, se esconder e tentar – ingenuamente – se esconder da crueldade humana que insiste em apunhalar o coração.

Suzano derrubaria lágrimas ao saber das vidas que foram perdidas e sentiria medo do rumo que a raça humana está desejando para si próprio. Suzano com certeza, com muitas lágrimas nos olhos, pensaria na motivação cruel por trás de um gesto tão frio e sem amor praticado contra a vida humana.

Suzano pensaria, ainda enquanto chora, que muitas crianças sofreram naquela tragédia. Outras irão sofrer pelo resto da vida e as famílias, os parentes que ficaram, ainda não vão conseguir seguir em frente sem dor ou saudade.

É, pensando bem, se Suzano fosse um homem, menino ou idoso, ele ficaria perplexo com a frieza do coração humano e se perguntaria o que os que morreram tinham para serem levados de forma tão brusca, tão dolorosa?

Suzano se perguntaria e talvez nunca encontre a resposta. Porque analisando os fatos e em decorrência de tudo o que está acontecendo – perto de Suzano ou bem longe – não existe explicação sensata para dar quando pensamos na crueldade do coração humano.

Com certeza o amor de muitos vem esfriando e tristemente outros são levados pelo mesmo caminho, a diferença é que enquanto alguns praticam o mal – os que são conduzidos por esse caminho tão trágico – outros são arrastados para sempre, sendo mortos ou feridos que nunca mais acordarão. Pessoas jovens ou velhas que tiveram a infelicidade de ter seu futuro interrompido por outros que conduzem a raça humana ao pior dos momentos que vivemos.

Suzano, se fosse uma pessoa, choraria junto dos pais que nunca mais terão seus filhos por perto. Ele sentiria a dor mais profunda, derrubaria a lágrima mais triste e teria a infelicidade de pensar que por erros ou acertos, por sorte ou não, a sua vida foi poupada, mas a de tantos outros não.

Suzano sentaria na calçada. Choraria amargamente. Pensaria em desistir. Lembraria do poder de uma oração. Clamaria ao Deus de amor. Pediria por justiça. Mas, ainda assim, pensaria na tragédia que é viver em um mundo onde o amor esfria.

Palavras de Verona
Enviado por Palavras de Verona em 14/03/2019
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