Para alguns, luto é substantivo, mas para outros - como o professor - luto é verbo. Até quando, me pergunto, a educação no Brasil será deixada de lado? A falta de apoio às principais causas dos problemas educacionais não vem de hoje. Esta é uma setor que serve de base para o funcionamento de qualquer sociedade, no entanto não se tem visto um progresso correto a fim de haver uma educação igualitária para todos.
Ser professor hoje é tornar-se herói diariamente em um país que paga mal para exercer essa profissão que é a única que forma as outras, não lhe dá condições para trabalhar dignamente, há alunos que lhe desrespeitam - e há pais que apoiam isso.
Ser professor não é só ter o dom para ensinar. Professor também é psicólogo ao ajudar seus alunos a resolverem a suas inquietações; é também ser companheiro que consegue levar pacientemente seu aluno até suas conquistas acadêmicas; professor, acima de tudo, é mais que um herói por vencer barreiras e adversidades em um país injusto.
Ser professor requer muito trabalho, dedicação, curiosidade, paciência, didática, comunicação. Um trabalho árduo em um país que não dispõe deste trabalho para valorizá-lo. Poucos são os que lhe dão o devido respeito. Por isso, percebo muitos largando a profissão para entrar em outras carreiras que possam pagar suas contas, além de conseguir ter um pouco mais de dignidade, conseguir ter mais saúde - tendo em vista que muitos professores adoecem devido ao extremo estresse adquirido em salas de aula superlotadas, com alunos malcriados e desrespeitosos.
Ser professor é compartilhar conhecimento, mas, em um país que não lhe dá o devido respeito e valor, ser professor é estar em constante luto: em constantes sofrimento e ação de lutar por uma educação melhor.