MEU ORÁCULO
Hoje estou escrevendo para desabafar, pois meu diário esquecido está e contigo preciso conversar. Escrever não é apenas um amontoado de palavras e sim sentimentos ocultos da alma.
É difícil ser um, ter que enfrentar as correntezas da vida e andar na contramão do mundo. Se você concorda é logo denominado “Maria vai com as outras”, mas se descorda é do “contra”. Ah, viver é difícil!
Sentir demais é perigoso, pois quem sente de pouco não entenderá o que é ser um vulcão ou uma grande explosão de sentimentos. O mais complexo ainda é tentar se controlar, quando não se tem controle. Autocontrole é uma piada!
Chorar? Não sei mais o que é isso, desconheço essa palavra, está quase sendo uma utopia do meu ser...Ser o que não sou ou ser aquilo que as pessoas acham que sou? É um paradoxo!
Uma vez me disseram que só jogam pedras em árvores que dão frutos, mas se não sou frutífero, como poderia ser eu tão apedrejado? Um dia pararei de escrever! A árvore que não dava frutos também morrerá!
A morte é tão íntima, intrínseca e natural do ser humano, mas ao mesmo tempo tão desconhecida, pois não sabemos nem como e tampouco quando. Simplesmente chegará o dia!
Ah, às vezes queria eu ter o botão do on e do off para me desligar, quando sentisse-me sobrecarregado, mas não tenho. É um defeito de quem ama demais, se alegra demais, entristece demais, chora demais, vive demais...tudo é demais. Estou cansado!
Escrever é tão confuso quanto pensar, organizar minhas ideias não é uma tarefa fácil e humano nenhum conseguiria, tão pouco eu. Os rótulos me consomem, a vida me prega de vilão, quando sou na verdade o mocinho. Pobre eu!
Escrevo por escrever, escrevi por sentir, a hora e a necessidade. Não é algo voluntário, entretanto involuntário. Não pode ser explicado. Hoje escrevo para você, que não é um diário, mas é humano, de carne, de osso, de espírito e da mesma conjuntura que a minha.