O DESAFIO DE AMAR - BVIW
Nenhum escritor está imune aquela sensação de branca página a fitar-lhe o nariz que esfrega. Esfrega, esfrega e nada! Depois num esforço de quase sobrevivência ou dignidade, deixa escorrer as ideias. Afinal, por algum raio que parta a pessoa, essa comunicou às demais que o tema seria o último desafio.
E se de repente uma avalanche de palavras caísse pelo caminho impedindo o escritor de se concentrar no tal tema? Ignoraria a enxurrada de palavras e voltaria à página em branco? Mas e se o último desafio fosse ter que trabalhar com todas elas? Seus olhos brilharam como sob o encanto de raios solares dos mais cândidos. O desafio começava a se tornar inebriante.
Faria uma corda com todas aquelas palavras e não as usaria como forca, muito pelo contrário! Se vestiria de cowboy; arrumaria um cavalo de príncipe e se apresentaria com a corda de palavras em uma mão e flores na outra. Se a princesa resistisse ao seu charme, não resistiria a corda de palavras dando corda ao amor. E vencido estaria o último desafio, que sem amor, graça nenhuma teria.