Congelado
Estou no abstrato,
naquele fundo do espaço
entre eu e mim mesmo
e distante de tudo o que jamais se alcança
em que alguém se lança no vazio
querendo preencher um nada
que ele mesmo ergueu.
Não há saída
além de se postar diante do reflexo
de si mesmo
e
ali
naquele olhar profundo
se ver crescendo e ficando iluminado
a cada segundo.
É uma vida a mais
ou uma existência a menos
antes
que se encontre com seu próprio Buda?
Não,
pequena alma,
olhe-se no espelho
até que tudo fique congelado
e perceba que não
há tempo
nem espaço
e que tudo
é um mesmo pedaço
de bolo
divino
solto no finito
daquilo que nunca finda.
Somente os iniciados entenderão!