PESSOAS FUNDAMENTAIS NA MINHA HISTÓRIA

Em Promissão, na década de sessenta, foi criado o Ginásio Estadual. Para ingressar era difícil. Existia até cursinho. E só funcionava no período de manhã. Até então, a solução era ser interno em outras localidades maiores. E assim muitos jovens ficavam sem poder continuar os estudos, após o curso fundamental. Até que o contador da Prefeitura, Waldir Serrano Marzabal, resolveu fundar o Curso Comercial Básico. Funcionando no período noturno, propiciou para que muitos, inclusive adultos, voltassem a estudar. Após quatro anos, ele instalou também o nível colegial, até então inexistente na cidade, o Técnico de Contabilidade. Ainda como aluno, colaborei lecionando duas matérias: Caligrafia e Estenografia. Havia aprendido em um curso a distância. Esse curso de nível colegial, possibilitou que muitos, como eu, fizessem o curso de Direito, também a distância, em Bauru, no Instituto Toledo de Ensino. Centenas de bacharéis, de estados longínquos, colaram grau aí. Alguns famosos, como o Dr. Damásio, autor de inúmeras obras de Direito Penal.

Há poucos anos, soube que a esposa do Waldir tinha falecido. Consegui entrar em contato com ele pelo telefone, em S.J. do Rio Preto. Ele aconselhou-me a visitá-lo em algum domingo, por causa de estacionamento em frente ao prédio onde morava. Não deu tempo. Poucos dias após ele também falecia.

Desse colégio, recebi apoio de muitos professores. Do Roberto Colacino que me cobrava muito a respeito de sua matéria, o Português. E incentivava para que escrevesse para o jornal local. O Colacino mudou para Lins onde advogou por muitos anos. Ele dá inclusive nome a uma via pública.

Outra mestra que foi fundamental na minha vida profissional foi a Maria Luiza. Ela lecionava também Português, apesar de ser ainda acadêmica na FAL. Certo dia, ela intimou-me: o Banco do Brasil abrira concurso e era para eu participar. Ela garantia que seria aprovado. E assim o fiz e consegui um cobiçado emprego, na época. Ela casou-se com um médico e foi residir em Barretos. Nunca mais a encontrei para agradecê-la.

Há muitas outras, como a Ednete Ferrite Sanches, também já falecida, há pouco tempo. Se esqueci de algumas, peço perdão. Com o passar do tempo a gente vai esquecendo da história e lembrando apenas dos fatos que nunca aconteceram.