Quebra-cabeças

Não foi por engano, a vida parou... Para dar oportunidade para que outros sentimentos e sensações despontassem.
Não! Não pretendia violar o segredo da vida em palavras, tampouco revelar as razões que a trouxeram até aqui, mas pretendia dominar o desejo de oratória em tempos de necessidade de ser ouvinte.
Na tentativa, se perdeu e criou um quebra cabeças com imagens, cujos reflexos apontavam o que estava em seu interior.
De vez em quando, mudava uma peça ou outra de lugar, afinal , desistiu de deixá-lo pronto de uma vez (já percebia o grau de dificuldade e a impaciência e intolerância daqueles que avviam montar).
E sem perceber que o relógio da vida corria contra o tempo, se despediu dos enganos.
Não! Não era ela quem se sentia incomodada quando suas peças ficavam ali jogadas, embaralhadas, ausentes (no meio daquele jogo)...
Era o seu adversário, que ora a ensinava, ora a trapaceava, fazendo-a crer que o problema estava nela.
Não! Ela não culpa a educação que a conteve, apenas se apega ao não querer, mais que ao bem viver.
Parou a vida. Parou na vida.
Agora precisa estacionar. Ocupar vaga alheia e viver a expectativa de ter ou não lugar é no mínimo estressante. Então deixa-a ir, porque lá o deserto é pequeno.
Quer olhar para o infinito até que ele dure...
E se a virem dançando, não se iludam com a sua felicidade. As vezes, a música é apenas o rastro leve de algo triste que não assimilou.
E se acabou não foi como pretendia...
Uma peça de cada vez e o quebra cabeças não terminou!
Faltam algumas peças.
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 10/03/2019
Reeditado em 16/05/2019
Código do texto: T6594513
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