A MESA E SUAS VÁRIAS FUNÇÕES

A M E S A

A mesa pode ser de madeira, pedra, ferro, plástico, vidro.... Pode ser sofisticada ou simples.

Quase sempre é um objeto projetado, idealizado, construído pela inteligência do homem artesão, que hoje pode ter a ajuda da máquina.

Às vezes a natureza a faz de pedra, rude, irregular, mas, sempre, bela! Talhada na rocha ou de terra, sendo o próprio chão que pisamos, para que os homens possam se servir dela. Isto acontece em várias culturas. E como é bom e divertido fazer um piquenique! Eu gosto demais!...

A mesa pode ser de várias cores, conforme a matéria usada. E, também de tamanhos diferentes:

redonda, quadrada, retangular, oval, triangular...

Em qualquer ambiente ela é necessária e acaba sendo o centro das atenções porque ela tem a possibilidade de reunir em volta de si pessoas, como nestas variadas situações: numa refeição familiar, em casa ou num restaurante, num bate papo amigo, num boteco, na preparação de um trabalho qualquer, como comida, estudo, costura, etc., ou fazendo a vez do próprio Deus, como altar, na celebração litúrgica da Eucaristia cristã, ou até num velório, quando nos despedimos de nossos entes queridos.

Como em tudo na vida, há momentos que ela se encontra em segundo plano. Sendo apenas um objeto de apoio. Eu me lembro que minha avó a tinha, em seu quarto, era o seu criado-mudo, uma peça, não muito pequena, onde se guardava até o pinico, em casas que não havia banheiro ou o banheiro era muito longe do quarto. Hoje a chamamos de mesinha de cabeceira. Há também a mesa de centro, ou mesa de canto, muitas vezes para fins decorativos.

Para mim a mesa é fundamental. Ela sempre esteve inserida no meu contexto de vida diária, sempre valorizada desde a minha infância e depois na primeira residência após o casamento, quando havia uma mesa na sala e outra na copa cozinha.

Lembro-me quando os filhos eram pré-adolescentes ou adolescentes, embora eu trabalhasse fora, eu fazia o possível para participar das reuniões de pais. Em uma delas, a professora fez com o grupo uma reflexão, que nunca mais a esqueci. E olha que já faz mais de 40 anos. Ela disse o seguinte: Mães, muitas vezes vocês ficam desanimadas, porque vocês arrumam a mesa do café da manhã com tanto cuidado, com tanto carinho: é o pão quente, café, leite, ovo mexido, às vezes um bolo, manteiga, banana, e parece que eles nem estão ligando para todo este trabalho que vocês tem. E vocês veem os filhos tomando o café com pressa, às vezes quase não sentam porque estão um pouco atrasados. Não é isso que acontece? Pois bem, a família é assim mesmo. Eles ainda não aprenderam a valorizar estes momentos. Mas não desistam nunca! Continuem nesta tarefa de educar. Pois esta experiência, não parece, mas fica gravada em suas consciências e nos seus corações. Quando eles crescerem e formarem suas famílias, tudo isto voltará em suas mentes. E eles vão repetir com seus filhos, tudo que viveram com vocês, seus pais. A vida é esta mágica, este mistério que não entendemos. Mas o amor não é para ser entendido, e sim para se amar sempre.

É por isso, que me lembrei de escrever sobre este fato, porque a mesa está presente de uma forma muito bonita na educação da família, na paciência dos pais, na organização do trabalho doméstico, na dedicação e responsabilidade da mãe que trabalha e muitas vezes não tem quem a ajude.

Eu mesma, sou mãe de quatro filhos. Todos estudavam pela manhã. Eu deixava a mesa arrumada de véspera. Até o café que era para misturar com o leite eu já deixava pronto na garrafa térmica. Não havia cafeteira à época. Na hora, eu esquentava o pão e fazia o ovo mexido, que era sagrado. Mas o meu esposo não dava o exemplo, pois ele tem até hoje o hábito de tomar o café da manhã, em pé. E a minha ajudante estudava à noite e eu só a acordava quando estava saindo para o trabalho, por isso era mais difícil para mim.

Hoje eu vejo que a professora tinha razão:

Os meus filhos gostam de servir as refeições nas suas casas, em mesas arrumadas, com muito carinho e amor.

Obrigada professora pelos seus ensinamentos que me deram ânimo e coragem para continuar na tarefa de ensinar pelo exemplo!

Terezinha Domingues