Diferenças que unem
Vivemos num país da laicidade determinada pela constituição. Respeitadas as diferenças, eis que: Recebi em minha casa no último fim semana uma senhora que se apresentou como adepta de uma nova aliança mundial ligada às escrituras. Passei aproximadamente 30 minutos ouvindo-a, atentamente, e procurando entender as suas colocações (radicais) num contexto que, de acordo com ela, vem de encontro ao que vive o povo brasileiro. Ao citar a crise econômica brasileira (como algo independente do contexto mundial) afirmou que se tratava do fim dos tempos, que era uma resposta divina à indiferença em relação a Jesus, que para ela, era o único "Deus" Salvador. Até ai, respeitando o ponto de vista, fiquei calada, até que ela, olhando para o cenário ao nosso redor, disse que Jesus precisava ser o foco da atenção de todos e que a morte era um retaliação por causa dos pecados do mundo inteiro. Ainda sim, fiquei calada, mas já esboçando alguns sinais de "intolerância" até que ela afirmou que precisamos passar mais tempo olhando para Deus que para os homens; investir na Casa de Deus e construir templos onde o nome Dele seja edificado e sua imagem preservada e não construir casas gigantes para morar cada vez menos pessoas. Então indaguei sobre qual seria a melhor forma de ajudar a construir esse "reino de Deus" e ela sorrindo me disse, seja um dizimista, repasse aquilo que tem (apenas por permissão divina) ao Deus da Vida. Perguntei pra ela se na nova aliança a Escritura não era seguida e se no trecho em que Deus fala que é para vê-lo em cada um dos seus irmãos, não era seguida. Ela disse que o mais importante era olhar para Deus com ternura e seguir seus exemplos. Não satisfeita, insisti na possibilidade de ver um Cristo Vivo no nosso meio em que ela e eu, limitadas, representava. Ela continuou afirmando que Deus era perfeito e que não chegaríamos a seus pés. Daí perguntei se de fato acreditar num Homem aprisionado numa cruz, imóvel, não seria egoísta demais para este século e afirmei que, quando Ele pediu que o víssemos em cada um dos irmãos, Ele queria que convivêssemos, e que, mesmo neste século, tivéssemos a oportunidade de olhar para o outro nos olhos e perceber suas fraquezas e não viver por aí pregando as pessoas nas cruzes de hoje, preconceito, discriminação, violência e tantas outras. Que dividíssemos o pão com quem passa fome e não com quem explora a fé; que construíssemos templos sim, mas que destruíssemos, se necessário, como ele fez, para criar pontes e não muros; que o nome Dele não fosse usado nas "bancas" para levantar dinheiro em benefício de alguns; que mais importante que ajoelhar diante Dele, é antes de tudo, perdoar (que não é esquecer, mas lembrar com compaixão); que é oferecer a face 7 vezes para ser apunhalada, mas não é esta coisa física de ficar esperando o outro bater não, é aprender a lidar com a VAIDADE, essa necessidade de estar por cima, de ser melhor que o outro, de rebaixar, desmerecer aquele que "peca" porque é impuro, sujo. O Deus que acredito é aquele que curou a mulher da hemorragia quando ela o tocou na leveza da fé; é aquele que chamou Zaqueu para descer da árvore e deu a ele uma nova chance, que estava na casa de Lázaro e que chorou sua morte, um Deus que se fez humano para nos salvar e não esse carrasco que quer "punir" o mundo. Afinal, quando Ele podia crucificae, preferiu se dar ao amor, permitindo como humano, que a cruz fosse a sua casa, que seus vizinhos fossem o bom e o mau ladrão e que Maria, sua mãe, o abracasse no final, mesmo sabendo que aquela dor da perda era o que de pior poderia vivenciar. Ela, já assustada com o tom de voz que havia entoado (me deixei levar pela emoção), discreta e acuada perguntou qual era a minha religião. Respondi, que era cristã, que amava a Deus e que encontrava em Maria a delicadeza que via em minha mãe, que por mim intercede diariamente. Ela olhou com um "olhar de desprezo" e anunciou: nem parece que você é católica, conhece a bíblia, mas ainda está cega, não a interpreta, não tem a profusão do Espírito. E eu disse a ela (com um olhar como quem acolhe uma criança) que nem parecia que ela era cristã, dando-lhe um abraço afetuoso. E continuei dizendo que as nossas diferenças é que nos uniam. Se ela entendeu não sei, mas para mim foi o suficiente, para compreender que a "nova aliança" é mais velha do que nunca e que Deus está vendo...
OBS: Não há aqui nenhum desejo de desmerecer, desqualificar ou provocar àqueles que professam a fé citada. É só um desabafo. E já vem recheado de desculpas.
Vivemos num país da laicidade determinada pela constituição. Respeitadas as diferenças, eis que: Recebi em minha casa no último fim semana uma senhora que se apresentou como adepta de uma nova aliança mundial ligada às escrituras. Passei aproximadamente 30 minutos ouvindo-a, atentamente, e procurando entender as suas colocações (radicais) num contexto que, de acordo com ela, vem de encontro ao que vive o povo brasileiro. Ao citar a crise econômica brasileira (como algo independente do contexto mundial) afirmou que se tratava do fim dos tempos, que era uma resposta divina à indiferença em relação a Jesus, que para ela, era o único "Deus" Salvador. Até ai, respeitando o ponto de vista, fiquei calada, até que ela, olhando para o cenário ao nosso redor, disse que Jesus precisava ser o foco da atenção de todos e que a morte era um retaliação por causa dos pecados do mundo inteiro. Ainda sim, fiquei calada, mas já esboçando alguns sinais de "intolerância" até que ela afirmou que precisamos passar mais tempo olhando para Deus que para os homens; investir na Casa de Deus e construir templos onde o nome Dele seja edificado e sua imagem preservada e não construir casas gigantes para morar cada vez menos pessoas. Então indaguei sobre qual seria a melhor forma de ajudar a construir esse "reino de Deus" e ela sorrindo me disse, seja um dizimista, repasse aquilo que tem (apenas por permissão divina) ao Deus da Vida. Perguntei pra ela se na nova aliança a Escritura não era seguida e se no trecho em que Deus fala que é para vê-lo em cada um dos seus irmãos, não era seguida. Ela disse que o mais importante era olhar para Deus com ternura e seguir seus exemplos. Não satisfeita, insisti na possibilidade de ver um Cristo Vivo no nosso meio em que ela e eu, limitadas, representava. Ela continuou afirmando que Deus era perfeito e que não chegaríamos a seus pés. Daí perguntei se de fato acreditar num Homem aprisionado numa cruz, imóvel, não seria egoísta demais para este século e afirmei que, quando Ele pediu que o víssemos em cada um dos irmãos, Ele queria que convivêssemos, e que, mesmo neste século, tivéssemos a oportunidade de olhar para o outro nos olhos e perceber suas fraquezas e não viver por aí pregando as pessoas nas cruzes de hoje, preconceito, discriminação, violência e tantas outras. Que dividíssemos o pão com quem passa fome e não com quem explora a fé; que construíssemos templos sim, mas que destruíssemos, se necessário, como ele fez, para criar pontes e não muros; que o nome Dele não fosse usado nas "bancas" para levantar dinheiro em benefício de alguns; que mais importante que ajoelhar diante Dele, é antes de tudo, perdoar (que não é esquecer, mas lembrar com compaixão); que é oferecer a face 7 vezes para ser apunhalada, mas não é esta coisa física de ficar esperando o outro bater não, é aprender a lidar com a VAIDADE, essa necessidade de estar por cima, de ser melhor que o outro, de rebaixar, desmerecer aquele que "peca" porque é impuro, sujo. O Deus que acredito é aquele que curou a mulher da hemorragia quando ela o tocou na leveza da fé; é aquele que chamou Zaqueu para descer da árvore e deu a ele uma nova chance, que estava na casa de Lázaro e que chorou sua morte, um Deus que se fez humano para nos salvar e não esse carrasco que quer "punir" o mundo. Afinal, quando Ele podia crucificae, preferiu se dar ao amor, permitindo como humano, que a cruz fosse a sua casa, que seus vizinhos fossem o bom e o mau ladrão e que Maria, sua mãe, o abracasse no final, mesmo sabendo que aquela dor da perda era o que de pior poderia vivenciar. Ela, já assustada com o tom de voz que havia entoado (me deixei levar pela emoção), discreta e acuada perguntou qual era a minha religião. Respondi, que era cristã, que amava a Deus e que encontrava em Maria a delicadeza que via em minha mãe, que por mim intercede diariamente. Ela olhou com um "olhar de desprezo" e anunciou: nem parece que você é católica, conhece a bíblia, mas ainda está cega, não a interpreta, não tem a profusão do Espírito. E eu disse a ela (com um olhar como quem acolhe uma criança) que nem parecia que ela era cristã, dando-lhe um abraço afetuoso. E continuei dizendo que as nossas diferenças é que nos uniam. Se ela entendeu não sei, mas para mim foi o suficiente, para compreender que a "nova aliança" é mais velha do que nunca e que Deus está vendo...
OBS: Não há aqui nenhum desejo de desmerecer, desqualificar ou provocar àqueles que professam a fé citada. É só um desabafo. E já vem recheado de desculpas.