Quero antes a penitência de quem está atento ao outro.

São tantos corações que têm chegado até mim necessitados de carinho, inclusive o meu, que sigo repetindo meus mantras afim de melhorar a minha vibração. Por mim, e por todos que aqui nesse colo se deitam. Chocolates para curar feridas internas já que “as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria”. Quero antes a penitência de quem está atento ao outro.

Eu quero um país que não está nos retratos. Quero os heróis que os livros não mostram. Quero Cem Anos de Solidão na tevê e toda sua chuva que não acaba, suas borboletas amarelas e sua alquimia. E, a superação de quem não abandona uma luta. E também quis que fosse mentira a informação de que só em janeiro, mais de 100 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil.

Brasil, o país da falta de decoro, famosinho do twitter e a quinta nação mais perigosa para a mulheres.

Mas, embora pareça irreal aos corações com ausência de carinho, teve um bloco de carnaval que ficou 20 minutos em silêncio para que uma mãe encontrasse seu filho que se perdeu. Teve uma galera que fez vaquinha no final do bloco e entregou ao catador de latinhas. Teve o enredo da mangueira.

Eu queria dizer para a dor que volta e meia samba de salto alto no meu peito, que meu repique é de ternura. E a minha rebeldia é não desistir do amor. Sigam-me os bons.

citação: Álvaro de Campos (uma das pessoas do Fernando)

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#TextoDeQuinta

Marília de Dirceu
Enviado por Marília de Dirceu em 07/03/2019
Código do texto: T6592066
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