TRANSITO CAÓTICO ?
Excesso de veículos não é a causa de congestionamento em São Paulo, ou qualquer outra cidade grande de nosso país. Não são veículos demais, mas vias públicas de menos, obras de menos.
Durante as últimas Olimpíadas, entendi melhor a diferença entre os homens públicos de cada país. Em Pequim, durante uma década, teriam sido construídas, aproximadamente, três mil vias expressas. Em São Paulo, no mesmo período, se chegarem a vinte é muito. Algumas foram “iniciadas”, com parte delas sendo inauguradas rapidamente, durante campanhas eleitorais, mesmo inacabadas e muitas superfaturadas, além de mal planejadas.
Tomemos por exemplo a Avenida Salim Farah Maluf: se a idéia inicial sempre foi ligar o fluxo das Vias Dutra e Fernão Dias como o das Vias Anchieta e Imigrantes, o correto é que não tivesse nenhum semáforo. Com exceção do cruzamento com a Avenida Celso Garcia, em todos os outros as vias transversais são mais altas, em ambos os lados, o que facilitaria a construção de alças de acesso, ou pequenas pontes, eliminando todos os semáforos. Mas outros interesses se sobrepuseram ao bom senso e ao interesse público.
Medidas paliativas, como o “rodízio”, que fere o direito de ir e vir garantido na Constituição Brasileira, não resolvem e são injustas. O humilde trabalhador honesto que necessita de seu único automóvel para trabalhar, perde um dia de trabalho na semana, enquanto os filhos dos responsáveis por essa legislação, tendo mais de um carro, todos com placas de número final diferente, na garagem de casa, não se privarão de sair todos os dias para ir às academias, ao Shopping, ao clube, à natação, etc... tudo isso enquanto um médico, para atender uma emergência e salvar uma vida, tem que se submeter à multa e depois à via cruciz da burocracia para tentar justificar um ato de cidadania e cancelar a multa.
A população cresce, a necessidade da fabricação e venda de veículos, inclusive coletivos, cresce junto (gera empregos, arrecadação de impostos, etc.). Aliás o transporte público que também faz parte da solução é um drama à parte.
Qual a solução ?
É simples, é só os parlamentares (no caso os vereadores) deixarem de perder tempo com projetos de lei inócuos e medidas de interesses próprios, mudanças de nomes de ruas, praças e outros logradouros públicos para simples homenagens e começarem a trabalhar para o bem daqueles que os elegeram; planejarem a cidade, se tiverem capacidade e competência para tal.
Se não tiverem o preparo necessário para ocuparem o cargo, que não se envergonhem, mas tenham um pingo de dignidade de se acessorarem de pessoas especializadas e competentes para cada área e não de apadrinhados.
Sempre é tempo de se refazer até o caráter de um ser humano !
SP. 19/09/07
Fernando Alberto