"SEM TEMPO"
“SEM TEMPO”
Os dias passam e não sentimos. Presos a preocupações e ocupações aceleradas pela tecnologia, o tempo parece nunca ser suficiente. Passam por nossas vistas, montanhas de merda traduzidas em acontecimentos, acompanhados marginalmente pelos “smarts” da existência. Não há mais paz, para o feriado na praia, o chopp com os amigos, a conversa de pé de ouvido. Aquela ilusão hippie canabisiana de “faça o que quiser” morreu, quem sabe em Arembepe ou Woodstock, ouvindo Imagine. Parece que todos os dias fazemos o que não queremos para não contrariar alguém ou a nós próprios. Não se trata de dar um foda-se a tudo, mas talvez, seja saudável mudar aos poucos, sem cavalo de pau, desviando do percurso traçado pelo GPS, buscando mais de essência nos caminhos, tendo tempo para internar-se em si e no outrem, sem relógios, no máximo em ampulhetas, antes de virar areia que escorre.