Sou do Estado
Fui dar umas voltas nas estradas de minha região, estamos aqui em Presidente Prudente, na verdade fizemos um programa pai e filho e levamos umas tralhas de pesca bem simples.
Duas varas com molinete, garrafão de água, caixa de pesca com alguns apetrechos e umas iscas caseiras, inclusive salsicha, os peixes estão ficando modernos e adoram isca de salsicha.
Fiquei bem surpreso ao rodar em estradas de terra atravessando umas picadas e pequenas pontes feitas de madeira que suportam o peso de uma caminhonete e olhe lá, passando em córregos assoreados que nem dá para pescar um lambari de tão rasos e poluídos que são.
Outra coisa que nos deixou bem chateados e a quantidade de lixo encontrado nessas pequenas estradas rurais, parece que a polícia florestal só se preocupa em encontrar um cidadão passeando com o filho, pescando sem licença, pasmem, tem que ter licença para pescar em qualquer buraco que tenha água, 20,00 para barranco e 60,00 para pesca embarcada.
Muito lixo descartado que a florestal nem viu quem fez, mas também não limpou e com certeza vai transferir essa incumbência para alguma prefeitura, já que o lixo está no território de alguma prefeitura. A florestal não pode sair com um veículo apropriado e ir recolhendo e limpando as estradas, um verdadeiro nojo.
Precisamos culpar o cidadão escroto que procede dessa maneira? Com certeza sim, padecemos de falta de educação ambiental, aliás, padecemos de tudo, inclusive do principal, a falta de bom senso dos orgãos ambientais, bons para aplicar multas no coitado que preserva a natureza e vai pescar uns lambaris com as crianças.
Somos do estado, somos o gado do estado. Pagamos combustíveis caros com impostos caros, pedágios para rodar nas estradas que pagamos para construir e estão mal conservadas apesar das concessões, pagamos multas por qualquer problema com nosso veículo, de uma lampada queimada, faróis desligados, sem cinto, usando celular enquanto dirige, ultrapassagem em faixa contínua, excesso de velocidade, falta de uso de capacete, só falta isso e outras invenções para nos transferir alguma responsabilidade e nos multar.
Pois bem, está faltando alguma coisa que o estado ainda não fez mais vai fazer, talvez logo mais tenhamos um aparelho para acoplar ao nosso nariz para medir o ar que respiramos.
As nossas águas que geram a nossa energia elétrica caríssima, a mais cara do mundo para um sistema já implantado, você acumula a água nas represas e depois solta pelas turbinas que geram energia elétrica bem cara.
Você não pode pescar com seus filhos sem pagar uma licença. A polícia florestal não vai te poupar se estiver pescando embarcado com barco a motor se o piloteiro não tiver um arrais. Eles vão prender seu equipamento, seu motor e seu barco, mas não vão prender e nem vão localizar o sujeito que jogou lixo na beira das estradas e muito menos no leito dos rios.
Muitos vão dizer que estou revoltado e vou dizer estou mesmo e muito, somos do estado, gado do estado, com um bando de gente procurando uma forma nova de extorquir o cidadão com a ajuda de novas leis, criadas para esse fim.
Tudo que você fizer no Brasil precisa de uma guia, até para morrer, aliás com essa você nem vai se importar se o morto for você, mas se parar para pensar, se estiver vivo com certeza, perceberá que é melhor se recolher a sua prisão do lar, pois se colocar o pé para fora da sua cabeça, perceberá a taxa de lixo, taxa de esgoto que te custa metade da conta de luz, e lá para a frente, descobrirão a variância das ondas de seu pensamento, daí, quando isso for possível, ler seu pensamento, não te restará mais nada a fazer a não ser desejar a própria morte.
O estado tem fome e não tem escrúpulo em explorar o cidadão sem lhe dar nada, pois cobrar taxas e novos impostos, traduz a própria incompetência do estado, que não fiscaliza nada praticando atos de intolerância com seus cidadãos, ser multado é como uma loteria, no dia que você for autuado por qualquer coisa, basta estar vivo, acabou de ganhar na loteria.
O estado em si, só quer alguns tostões para não fazer nada direito, essa é a especialidade do estado, tapar os buracos de sua incompetência em fazer direito, sem arbitrariedades tão comuns nos seus atos.
Vou morrer lutando, já fiz as constatações, jamais serei gado.