Rejeição

Rejeição: desacolhimento, enjeitamento, abandono.
Como essa palavra soa pesada, no entanto quem nunca sentiu no corpo o impacto dessas sílabas? Provavelmente todos em algum momento da vida, talvez ela ainda esteja ressoando nos nossos ossos, articulações, no pulmão, na pele e no coração.

A experiência me ensinou que preciso deixar ir quem não quer estar ao meu lado, independente de laços ou sentimentos que nos uniam. Sentimentos que só existiam em mim, porque as pessoas foram embora independente do meu desejo.
Deixar ir,  acolher meu corpo e minha dor. Esse é um ato de amor por mim mesma, acolher significa oferecer refúgio, também é amparar-se, apoiar-se e  abrigar-se. Não fui ensinada a me amar e fortalecer; a vida inteira me cobraram seguir um padrão familiar que nem sempre foi verdadeiro.

Existem mães que abandonam os filhos, pais que desrespeitam e irmãos que desconhecem a fraternidade, filhos e maridos cruéis. Existem relacionamentos abusivos, preconceituosos, nocivos. Inexplicáveis.
Quando tudo isso acontece, sofremos muito e o corpo se ressente e adoece. Resgatar o corpo desse turbilhão de dor e sofrimento exigiu e ainda exige  muito esforço, ajuda profissional, vontade para abandonar velhos hábitos e persistência. A luta é diária, a dor e a doença fragilizam; a balança pende para um lado e para o outro, e se equilibra na realidade.

Tive uma experiência difícil por esses dias e foi muito doloroso, precisei de um tempo para processar toda dor e acolher uma situação que existe independente da minha vontade.
O que aconteceu já aconteceu há algum tempo, e o tempo não vai voltar atrás. Passou e está no passado, essa sensação dolorosa me visita algumas vezes. Existiu, não existe mais. Eu existo e quero ser feliz.

 
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 05/03/2019
Código do texto: T6590472
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