A cidade do Rio de Janeiro é conhecida pelos grandes desfiles das escolas de samba, e isso é uma grande alegria para os cariocas que amam carnaval. Hoje fui ao centro ver os carros alegóricos, paixão antiga dos tempos em que estudei Belas Artes e sonhava em trabalhar nos barracões, de preferência na Beija Flor.
Naquele tempo o diretor da EBA era Pamplona, tudo que eu desejava era ter aulas com a professora Rosa Magalhães e conhecer Joãozinho Trinta.  



Minha segunda paixão falou mais alto e fui voar na Varig, o amor pelo carnaval continua forte e cada vez mais admiro o talento dessa gente que se dedica o ano inteiro, só  para levar a magia e a arte para a avenida. Coisa linda esse peixe feito com garrafas pet, todo carro foi feito com material reciclável.



Esse ano as ruas estão imundas, cheirando mal, lixo e poças para todo lado. Muito feio mesmo, não tem enfeite e se não fosse pelas estruturas do desfile, acho que estaria muito pior. É chato repetir que a cidade está abandonada, mas eu estou chocada com tanto descaso e é difícil  olhar para um Rio tão abandonado.  

Os carros alegóricos trazem a voz do povo na forma de esculturas de situações preocupantes:o lixo nos mares, a montanha de lixo contaminando e matando, a violência e o descaso. Os excluídos, o desejo de justiça, vai estar tudo na avenida. 
A beleza está na arte, na expressão do que está engasgado. Que seja um grande desfile, daqueles de lavar a alma.
Giselle Sato
Enviado por Giselle Sato em 03/03/2019
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