JESUS DE NAZARÉ E O CRISTO. ENCONTROS E DESENCONTROS.

Comentário de Tex Rockethann:

“De grande profundidade é a seguinte mensagem de Gibran: - De cem em cem anos, Jesus de Nazaré encontra-se com Jesus dos Cristãos num jardim entre as montanhas do Líbano. E conversam demoradamente; e, de cada vez, Jesus de Nazaré despede-se dizendo a Jesus dos Cristãos: *Meu amigo, receio que nunca venhamos a estar de acordo.* - Muito bom esse pensamento expresso em vosso texto, sobre o grande poeta místico e corajoso. Eu não sabia até que idade ele viveu, mas, você já resumiu e foi bem exato sobre isso. Aqui, sobre as águias, também você disse tudo. ::: Abraços.

De cem em cem anos o Menino de Nazaré, Jesus, encontra-se em um jardim com o Cristo Ungido, o Rei, O Senhor.

E há o receio de nunca estarem de acordo. Uma grande reflexão de Gibran, como todas, profunda e surpreendente, mas verdadeira. Por quê? O menino que se faz Homem vindo do Pai, Deus, e feito Rei, Ungido, o Cristo. Um é o Homem o outro Deus.

Com todos os ensinamentos ministrados pelo Rabi de Nazaré, o Homem, somente o Cristo Ungido Rei, e seu sofrimento marcaram todas as épocas Depois Dele, DC, depois do Cristo. E pouco foi entendido até hoje dessa entrega sofrida por amor à humanidade. O encontro do Homem com a Divindade é sempre difícil, como para nós, penso que aí está o desate que nos traz o grande Gibran. E em vários Jardins se encontra o Cristo.

Somos todos Filhos de Cristo, pelo legado que nos deixou e a sucessão de David, mas somos homens. É a sagrada sucessão. Pertos do divino estamos só pela fé.

Meus filhos, sinto-os espargindo a projeção do pouco que dei e do muito que recebi, e tanto, e muitíssimo de sua Sagrada Mãe, Virgem Maria e de seu Filho Cristo.

Alcanço meus filhos no horizonte onde se encontram a raiz, a árvore e os frutos. E Cristo ao lado de sua Mãe, a Virgem.

Cristo, o futuro do amor concedido e ensinado pelo seu sofrimento.

Cristo, Yuz Assaf, sepultado em um belo Jardim de Rosas, “ROSA BAL”.

Cristo é e será sempre a maior referência de tudo que se conhece no Ocidente e no planeta como cultura em sentido “lato”, geral, queiram ou não os cientistas, seja para católicos, protestantes, judeus, islâmicos, budistas, agnósticos, versões de todos os credos nos mais distantes rincões, cosmopolitas ou não.

Não é só no ocidente que se dá a irradiação de seu santo nome.

No oeste da Índia, na cidade de Khanyar, perto de Sirinagar, milhares de muçulmanos, indus e budistas vão se curvar diante do que seria a tumba de Jesus, o sepulcro de Yuz Asaf, reencarnação do Messias, num belo jardim de rosas conhecido como “Rosa Bal”.

É fundamental a figura do Messias para toda a formação cultural do mundo, sob aspecto histórico ou de fé religiosa.

“A Igreja remodelou a fisionomia da civilização. O substancial nela foi o concílio de Nicéia, o dogma definido por Santo Atanásio. Não é Cristo o homem feito Deus, mas o Deus feito Homem”, manifesta a sensibilidade de Pedro Calmon em seu “Curso de Teoria Geral do Estado”.

E acrescenta: “Se Cristo fosse considerado como queriam os arianos, seria uma espécie de Confúcio, mestre de moral; a China........Como o entenderam os judeus antes de São Paulo, uma espécie de Sócrates, mestre de verdade. Teríamos a Grécia..... Como o interpretaram os latinos, antes de Constantino, um reformador social. Teríamos Roma...... Nas três hipóteses pereceria com o tempo: como China, Grécia e Roma. A sua eternidade está naquela essência divina: isto explica a alma romana da Igreja: é o segredo de sua duração e universalidade. A Igreja de Jesus é feita de virtudes que mostram ser a terra desprezível em relação à outra vida.”

Em consideração à obra “Natureza do Bem”, de Santo Agostinho, em oposição a Maniqueu, Sidney Silveira, com cátedra, mostra que “é esse suplicante religioso, que discernindo entre o verdadeiro e o verossímil, chega à conclusão que a verdade é imortal, e pressupõe uma consciência absoluta e eterna – que não é a humana, mas a de Deus ”

Pela verdade, Cristo passeia pelo mundo da criatividade e do pensamento de todos, mesmo em lendas como em Khanyar, sempre, contudo, com a mensagem da verdade como ela é, para que todos exerçam a sua verdade pessoal para chegar à verdade maior, Jesus Cristo, O Ungido.

Somente assim teremos a visão das rosas perfumadas cantando a alegria da luz tênue que corta as frinchas apertadas do mundo tenebroso e triste.

Por este meio, a verdade de nós mesmos, que encontra outros espaços, nos desligamos do áspero caminho terreno que dilacera plantas peregrinas e sofredoras, que buscam outros jardins e não a caminhada ansiosa que vê ao fim o pouso da morte, escura e sem promessas, trânsito tormentoso onde se pena de dor e se esvazia de esperança.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 03/03/2019
Reeditado em 03/03/2019
Código do texto: T6588626
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